O Banco do Brasil foi criado em 12 de outubro de 1808, por meio de um alvará do príncipe regente D. João na cidade do Rio de Janeiro. Denominado tanto como Banco Nacional quanto como Banco Público pelo seu ato de criação, o Banco do Brasil foi constituído com o objetivo de que se pusesse “em ação os cômputos estagnados assim em gêneros comerciais, como em espécies cunhadas”, além de promover a indústria nacional “pelo giro e combinação dos capitais isolados” e auxiliar o Estado a captar os recursos necessários para o financiamento de suas atividades. Inicialmente, o capital de mil e duzentas ações com valor de um conto de réis cada uma foi aberto ao público, com o objetivo de subscrever estas ações aos endinheirados da época.
A ideia de criar um banco ligado ao Estado já circulava em Portugal antes mesmo da vinda da corte para o Brasil. Desde o século XVIII, o italiano Domingos Vandelli, radicado em Portugal, era defensor da proposta da criação de um banco que receberia os depósitos públicos, da Casa da Moeda e dos diamantes, e poderia antecipar ao governo os rendimentos do Erário. Outro grande incentivador da criação de um banco nacional foi Rodrigo do Sousa Coutinho, que em 1797 já havia proposto a criação, em Portugal, do Banco Real Bragantino, em um projeto que, apesar de não executado, serviu de base para estruturação do Banco do Brasil.
Em 11 de dezembro de 1809, a primeira agência do Banco do Brasil começou a operar no Rio de Janeiro. D. João pediu aos governadores das capitanias que procurassem acionistas para o Banco, esforço este que foi em vão, pois no fim de 1812, apenas 126 ações tinham sido subscritas. Em 1817 a oferta pública foi encerrada.
Casa dos Contos, fotografia da Casa Leuzinger (1860)
O Banco do Brasil funcionou, nos seus cinco primeiros anos, no prédio de esquina entre as ruas Direita (atual Primeiro de Março) e São Pedro (desaparecida ao abrir-se a avenida Presidente Vargas), transferindo-se depois para a sede do Erário Régio, nesta mesma rua, e ficando ali até sua extinção em setembro de 1829. A legislação determinava a venda inicial de no mínimo cem ações subscritas, mas a falta de procura exigiu que a Coroa concedesse privilégios e recomendações aos próprios membros do governo e a funcionários do Estado para que obtivessem ações e assim viabilizassem a abertura do banco. Por isso, apesar de sua criação em 12 de outubro de 1808, o banco só entrou em funcionamento no dia 11 de dezembro de 1809.
Com o financiamento integral do Banco do Brasil, em 1819 foi construída a sede para a Bolsa de Valores no Rio de Janeiro. Em 1921, o Banco, em crise, sofre com o grande saque feito pela família Real antes de seu retorno a Portugal. Após a Independência do Brasil, a crise do Banco se aprofunda, pois a época do 1º Reinado foi de grande desordem financeira. Em 1833, sob forte pressão, o Banco do Brasil foi liquidado. No mesmo ano, uma lei reestrutura a economia do Império, e restabelece o Banco do Brasil, embora ainda não com sucesso.
Com um capital de 10.000 contos de réis, considerado alto na época, Irineu Evangelista de Souza (futuro Barão e Visconde de Mauá) criou uma nova instituição chamada de Banco do Brasil, em 1851. O Banco ressurgiu mais forte, pois tinha estreitas ligações com o mercado de capitais, tanto que as reuniões para o lançamento público foram realizadas no salão da Bolsa do Rio de Janeiro.
Com a fusão do Banco do Brasil com o Banco Comercial do Rio de Janeiro, em 1853, o capital do Banco aumentou consideravelmente. Tal fusão ocorreu graças à liderança do Visconde de Itaboraí em relação à legislação. Por isso, o Visconde de Itaboraí é considerado o fundador do Banco do Brasil atual. No ano seguinte foi realizado o primeiro concurso público para o cargo de escriturário. Em 1863, o Banco do Brasil era o único órgão emissor do país, o que durou até 1866.
Detalhe da rotunda, no atual Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. Nesta imagem, o espaço é ocupado pelo setor de atendimento ao público no ano de 1943
O Banco do Brasil transformou-se, em 1863, no único órgão emissor do território nacional. Após a abolição da escravatura, em 1888, o Banco do Brasil foi o primeiro a abrir linhas de crédito para que os fazendeiros pudessem recrutar os imigrantes europeus. Em 1893 passou a ser chamado de Banco da República do Brasil, após fusão com outro banco estatal, voltando a ser chamado pelo nome original em 1906.
Em 1945, em meio a II Guerra Mundial, o Banco do Brasil deu suporte aos Pracinhas brasileiros na Itália. Através de seus escritórios em algumas cidades italianas, a tropa recebia seu salário, transferia valores, e prestava serviço aos consulados e à embaixada.
A sede do Banco foi transferida para Brasília no mesmo dia de sua inauguração: 21 de abril de 1960. Em 1969 é inaugurada a filial em Nova Yorque. Em 1971, o Banco já contava com 975 agencias no país, e 14 agencias no exterior. Dois anos depois, as ações do Banco do Brasil começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores.
Atualmente ocupa posição de destaque no sistema financeiro nacional, sendo o primeiro em ativos financeiros (R$ 1.572 trilhões), volume de depósitos totais (464 bilhões de reais), carteira de crédito (717 bilhões de reais), base de clientes pessoas total (62 milhões, clientes PF e PJ), câmbio exportação (28,1% do mercado), administração de recursos de terceiros (603 bilhões de reais, o maior da América Latina) e faturamento de cartão de crédito (12,3% do mercado). O Banco do Brasil registrou em 2015, um lucro líquido de R$ 14,400 bilhões, registrando um aumento de 28% em relação ao lucro líquido do ano anterior.
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1808
A família Real Portuguesa se instala no Brasil. Banco do Brasil é fundado pelo príncipe regente D. João, quando o País passou a sediar a Coroa Portuguesa. Com duração de 20 anos, o objetivo era de promover a indústria nacional. A esse prazo o banco se dissolveria ou se constituiria novamente, claro se o governo assim desejasse. O capital inicial foi de 1.200 contos de réis, dividido em 1.200 ações de um conto de réis cada uma podendo ser aumentada por meio de novas ações.
1810
O meio circulante do país era exclusivamente metálico e as cédulas do Banco do Brasil foram as primeiras a circular no mundo português. A Fazenda Real, entrou como acionista principal, cobrando impostos atrasados e atuais, abriu mão durante 5 anos de qualquer lucro de ações. Através desta ação o capital do banco se consolidou.
1821
D. João VI e a corte retornam a Portugal levando os fundos do Bando do Brasil.
1829
Banco do Brasil é liquidado por lei, o excesso de emissões de títulos e a falta de administração competente foram as principais causas do fechamento do banco.
1851
Visconde de Mauá funda um Banco do Brasil particular, autorizada pelo governo.
1854
Encerramento das intervenções governamentais nas atividades comerciais do BB, após sucessivas mudanças.
1889
Participação fundamental no fomento econômico e no saneamento das finanças públicas após a Proclamação da República.
1892
O Banco do Brasil se funde com o Banco da República dos Estados Unidos e passa a se chamar Banco da República do Brasil.
1905
O Banco da República do Brasil é liquidado e transformado por meio de mudança na composição acionária, no Banco do Brasil S.A. Alteração na composição do capital social do Banco, na qual o Governo Federal torna-se acionista majoritário, forma jurídica que continua até hoje.
1906
Listagem pública das ações do Banco do Brasil nas bolsas de valores.
1936
Criação de uma das mais importantes ferramentas de sua atuação econômica: a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial.
1960
Transferência da sede para Brasília no dia da inauguração da nova capital do País.
1985
Criação da Fundação Banco do Brasil (FBB) como importante instrumento de transformação em educação, cultura e esporte.
1986
O Governo Federal autoriza o BB a atuar em todos os segmentos de mercado, iniciando sua evolução para conglomerado financeiro.
1989
Inauguração do primeiro Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, no contexto das comemorações de 181 anos do Banco.
2000
Lançamento do Portal Banco do Brasil na internet.
2001
Configuração como banco múltiplo e instalação do Conselho Diretor e comitês, subcomitês e comissões.
2002
Adequação do Estatuto Social para maior transparência e a adoção de melhores práticas.
2006
Ingresso no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo.
2009
Início do programa de American Depositary Receipts (ADRs) Nível I na Bolsa de Nova Iorque.
2011
Conclusão da operação de aquisição do Banco Patagônia, na Argentina, dentro do novo modelo de atuação no exterior.
2012
Liderança do movimento consistente de queda dos juros no sistema bancário com o programa BOMPRATODOS.
Nesse mesmo ano, o Banco Postal passa a integrar a rede Mais BB de correspondentes.
2014
Revisão de sua missão, visão e valores e de sua estratégia corporativa, com o princípio norteador de ser um banco de mercado com espírito público.
Composição Acionária
O Governo, através do Tesouro Nacional, é o controlador do Banco do Brasil com 50,73% das ações ordinárias. Em free float estão circulando hoje 42,79% das ações. Segue abaixo o quadro com os principais acionistas.
Acionistas
Perfil dos Investidores
Controladas
Coligadas - Banco Múltiplo
Coligadas - Seguridade
Coligadas - Meios de Pagamento
Coligadas - Banco de Investimento
Uo,
ResponderExcluirSe não tivesse tanta gambiarra .... seria um fenômeno .... eu não curto muito ... pra quem curte ... negocia a p/vp 0,63 ... vai subir? sei la ...
Para longo prazo gosto do Itaú, para especular o BB cai bem.
ExcluirPara mim um bom ativo, e que digam os 21% dos estrangeiros...
ResponderExcluirE assim é o brasileiro:
"Eta povo besta meu Deus" Carlos Drumond de Andrade
Abraço
Bagual
Não é dos piores, mas tem melhores, rs
ExcluirEsses bancoes são muito difíceis de se analisar dado um monte de kinder ovo que vem junto
ResponderExcluirAlguns com brinquedos legais outros nem tanto
Vejo o BB mais para especulação do que para investimento, apesar de tê-lo na carteira há alguns anos.
ExcluirUó,
ResponderExcluirO BB é uma empresa colossal, que tem que fazer parte da carteira de ações de qualquer investidor de longo prazo.
Vida longa para nosso banco!
Abraços.
Olha que ele já quebrou uma vez... rs
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