A cotação do petróleo (Brent) voltou a cair nas últimas semanas. Porém, na manhã de hoje apresenta leve alta sendo cotado a 48,60 dólares.
Dias atrás o Goldman Sachs baixou as perspectivas para o valor do ouro negro. O banco de investimento norte-americano diminuiu as projeções do Brent e admite que o preço do barril de petróleo venha a cair para 20 dólares em 2016. "O mercado petrolífero tem ainda mais oferta do que o que esperávamos e agora prevemos que esse excedente persista em 2016", justificaram os analistas do Goldman Sachs num relatório citado pela Bloomberg.
Como a Queda do Petróleo Afeta o Mapa Geopolítico
Habitualmente, quando eclode uma guerra na região do Oriente Médio, o preço do petróleo é destinado à especulação. Por exemplo, as invasões israelenses no Líbano e na Faixa de Gaza, em 2006 e 2008, fizeram explodir os preços internacionais ao recorde de US$ 147 o barril (julho de 2008).
Os preços despencaram, repentinamente, após a crise de 2008, considerando que a “falência” do Lehman Brothers e a consequente crise financeira provocaram queda econômica mundial e galopante redução de demanda por energia.
Em antítese com a década de 2000, quando os cenários de guerra e convulsão onde havia petróleo, alimentavam a cada vez maior alta dos preços, a atual liquidez geopolítica na região do Oriente Médio com tudo que está acontecendo, principalmente na Síria e no Iraque, tiveram esta vez resultado reverso.
A queda de preço deve-se em dois motivos básicos: primeiro, à avaliação de que o crescimento da economia mundial desacelera-se rapidamente, com epicentro a Zona do Euro e a China. Aliás, as sanções ocidentais contra a Rússia poderão, eventualmente, agravarem a situação na economia européia, por causa das estreitas relações econômicas entre Alemanha e Rússia.
A prevista baixa demanda coincide com a crescente oferta de petróleo pelos EUA, graças à exploração das jazidas de xisto. A Comissão Internacional de Energia argumenta em seu recente relatório que “os EUA superarão a Rússia a a Arábia Saudita, tornando o país o maior produtor de petróleo no mundo ano que vem, graças à produção de petróleo das jazidas de xisto”.
O segundo motivo é a decisão da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) – tomada em novembro do ano passado – de não reduzir a extração de petróleo, acelerando desta forma a derrocada dos preços internacionais.
Vários analistas verificam nesta decisão “acordo” entre EUA e Arábia Saudita, maior produtor mundial, para manterem os preços baixos e assim fazerem a Rússia “ajoelhar”, já que o país foi atingido economicamente pela sintonia de sanções e repentina queda dos preços do petróleo. Algo semelhante havia ocorrido na década de 1980 quando, novamente, o preço internacional em algum momento em 1986 desabou para até US$ 10 o barril.
O objetivo estratégico da Arábia Saudita com a derrubada dos preços era de conseguir aumentar sua fatia no mercado internacional. Considera-se que a queda dos preços do petróleo contribuiu para acelerar a derrocada da União Soviética, por causa da grande perda de arrecadações.
Existe, contudo, também, o outro lado da moeda que refere-se à guerra de preços: Xeques contra xisto, de acordo com o título de recente artigo da conhecida revista de economia Economist. A queda dos preços favorece tudo menos o desenvolvimento das jazidas de xisto e a reclassificação dos EUA, considerando que, muitas empresas que atuam no setor estão superendividadas e, se a queda dos preços continuar, talvez torne desinteressante a continuação de extração de petróleo.
O país mais atingido pela queda dos preços do petróleo é a Rússia. No apogeu da alta de preços do “ouro negro”, em 2008, este fundo dispunha reservas totalizando US$ 158 bilhões, os quais equivalem com 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O petróleo e o gás natural representam 68% do total das exportações da Rússia e, contribuem com 50% na formulação do orçamento nacional.
A Rússia já perdeu cerca de US$ 90 bilhões em reservas monetárias neste ano, as quais, correspondem em 4,5% do Produto Interno Bruto(PIB) do país, a fim de sustentar o rublo que encontra-se em queda livre. Desde junho passado, a moeda nacional da Rússia desvalorizou-se em 35% contra o dólar norte-americano.
Crise da Petrobras Afeta mais que Queda do Preço do Petróleo
As incertezas quanto aos investimentos previstos pela Petrobras na operação do petróleo brasileiro neste ano, em virtude da instabilidade gerada pela crise institucional que se abateu sobre a companhia a partir das investigações da Operação Lava-Jato, geram impactos profundos no cotidiano da indústria offshore local, bem mais que a batalha geopolítica travada entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos, no controle do mercado de óleo e gás mundial.
Esses efeitos foram destacados por José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras em uma época marcada por duas fases distintas: a da autossuficiência e das negociatas que podem ter gerado um rombo de mais de R$ 80 bilhões em atos de corrupção.
Oficialmente, Gabrielli esteve no Sindipetro-NF para participar de reunião interna da instituição. Especulações à parte, as declarações do ex-presidente sobre a companhia ajudaram a entender o atual comportamento do mercado do petróleo nacional, que gera diretamente efeitos na administração de Macaé e as demais cidades produtoras de petróleo do Norte Fluminense.
No aspecto internacional, Gabrielli aponta a existência de uma guerra geopolítica travada por 'gigantes do petróleo mundial'. "Os preços do petróleo estão caindo por uma questão geopolítica internacional. A Arábia Saudita, que tradicionalmente era quem recuperava o preço do petróleo com a redução da produção, não está reduzindo o seu ritmo. A Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), portanto, não está reduzindo a sua produção. Por isso os preços do barril do petróleo continuam caindo. Acredito que isso tem a ver muito com a expectativa de expansão da produção do petróleo nos Estados Unidos e a Arábia Saudita quer impedir que essa nova produção americana crie competição com sua produção. Este cenário não tem nada a ver com o Brasil", apontou o ex-presidente da Petrobras.
No âmbito nacional, Gabrielli aponta os efeitos da crise institucional enfrentada pela Petrobras, como fator predominante que afeta o mercado offshore local. "Há um problema que depende do país, que é a situação da cadeia de fornecedores da indústria do petróleo. Este setor está em crise. Atualmente a Petrobras está com um processo decisório muito lento, porque dada a crise, as decisões são mais lentas. Isso afeta de forma muito especial os pequenos e médios fornecedores, que sentem a curto prazo os efeitos do pagamento com atraso dos projetos da Petrobras", apontou.
O gráfico abaixo apresenta as cotações históricas do papel PETR4 (ações preferenciais da Petrobras). É possível notar um canal de baixa iniciado no final de 2011. Tanto o fator externo (queda do petróleo) quanto o fator interno (má gestão da companhia) são grandes responsáveis pela derrocada do papel. Não há como medir qual fator está influindo mais no atual momento, mas se formos considerar que a tendência de queda está longe de terminar então teremos grandes chances de alcançar a casa do 6 reais quiçá 5 reais.
Ação a 6,00 dá pra fazer uma fezinha.Não pelos fundamentos que são péssimos,mais por ser uma das "queridinhas da bolsa".Acionista25.
ResponderExcluirrs... tem gente fazendo "fezinha" há muito tempo
ExcluirAnon melhor tu dar uma repensada nessa suposta fezinha.
ExcluirQue pode demora até décadas para haver ciclos de commodities , principalmente petroleo.
Além disso EUA ta mandando ver no óleo de xisto, enquanto Arábia maldita continua produzindo como nunca, ainda por cima estocando petroleo. O respectivo cartel árabe esta tentando combater o xisto betuminoso americano.
Para piorar a merda toda: Carro elétricos vem ganhando força em países desenvolvidos, Tesla motors revolucionando toda indústria automobilística, Google também vai entrar na parada , além de outras montadoras consagradas de olho no novo nicho de carro elétricos.
Estamos vivenciando um novo ciclo tecnológico, pode torcer para haver alguma guerra ou conflito mundial para que os preços do petroleo disparem.KKKK
Caso contrario não acredito que o petroleo retome preços praticados no período do boom das commodities de 2000 até 2008.
Agora é só segurar mandioca da dilma: E esperar endividamento recorde na contas públicos aumento de imposto e respectivamente queda na arrecadação.
Assino aqui em baixo, rs.
ExcluirTD IPCA+2035 a 7,66.Será que chega a 8,0?
ResponderExcluirVai depender da escalada do dólar. Os juros futuros estão acompanhando o dólar de perto, é um efeito cascata... dólar>>>juros futuros>>>taxas TD.
ExcluirNa quarta vou fazer um post a respeito.
7,7% agora. Talvez faça uma comprinha básica amanhã se subir mais um tiquim.
ExcluirAcho que amanhã não sobe mais não, DI fez teto em 15.8 hoje.
ExcluirEste pacotão fiscal do governo não vai passar no congresso e esta taxa vai parar lá nos 9% mês que vem.
ExcluirAcho que o mercado já sabe disso e já antecipou esse movimento hoje, pra chegar aos 9% o dólar precisaria estar mais de 4.50, coisa que não acredito acontecer antes das olimpíadas.
ExcluirMercado não é bobo, está adiantando sim. Mas podemos presenciar ainda este ano o fundo da década na bolsa, no mais tardar no ano que vem. Vamos ficar atentos.
ExcluirAnônimo das 14:23,você tem razão!É porque o mercado tem horas que é irracional,pelo menos num curto prazo.Vide as altas recentes das siderúrgicas sem tanta explicação fundamentalista.Quanto ao TD,acredito que enquanto tivermos esse impasse político continuará subindo.A 8,00 darei um tiro médio,rsrs!Ansioso pelo post da quarta.Acionista25
ResponderExcluirMercado tem hora que exagera mesmo, mas só percebemos o exagero depois que passou, rs. quando estamos no meio dele borramos as calças, rs
ExcluirPetr4 está fora dos meus planos mas se beijar os 6,20 pra baixo passo a considerar.
ResponderExcluirO que pensa Uó?
5,51 é meu target de compra, mesmo assim se tiver grana na ocasião, e será só mil reais, rs
ExcluirUB espero seu post da quarta. Estou de olho nesse IPCA2019, caso atinja 8% + ipca aumentarei posição.
ResponderExcluirBlz!
ExcluirNo prefixado18/21. Já está dando para gravar 1%a.m fácil com risco baixíssimo. O que achas UB?
ResponderExcluirLTN só quando o governo começar a afrouxar as calças, acho que não está na hora.
ExcluirExcelente artigo UO.
ResponderExcluirSó destacando aí em cima de tudo oq falou que o custo de extração do pre sal torna a operação cada vez mais difícil no longo prazo.
Escrevi um artigo sobre isso ano passado de uma olhada e me diga o que acha
Se me permite colocarei o link para referências http://viverdedividendos.org/porque-nao-compro-petrobras-petr4/
Blz, vou lá ler...
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