quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A Alta da Bolsa Brasileira Está com Dias Contados!

A alta da bolsa de valores do Brasil está com os dias contados. Não sou eu quem está falando nem o cachorrinho da foto abaixo. Quem está dizendo isto é o analista indiano Sandy Jadeja que ficou mundialmente conhecido por antecipar o "Flash Crash" da bolsa americana em 24 de agosto de 2015.

alta da bolsa de valores

O analista é tão famoso que eu nunca tinha ouvido falar seu nome. Também nem lembrava deste "Flash Crash". De qualquer forma é bom ficar atento a este tipo de previsão pois o próximo "crash" uma hora vai ocorrer, pode ser amanhã, mês que vem, ano que vem ou no próximo século.


Como pode ser visto no gráfico acima, estamos na sexta onde de alta da Bolsa de Valores. A regra é a seguinte: temos uma onda de alta e um ondinha de queda, mais uma onda de alta e outra ondinha de queda, desta forma o gráfico vai formando topos e fundos ascendentes, formação esta que os analistas técnicos denominam de tendência de alta.

A pergunta que todos fazem neste momento é quando a tendência será invertida de alta para queda. Isto é, quando a sequência de topos e fundos passará a ser descendente. Pelo que tenho ouvido por aí, isto não ocorrerá tão cedo. Podemos estar ainda apenas no início do movimento, como foi observado na última grande alta da bolsa brasileira...


Os analistas são unânimes em dizer que apenas um driver previsível pode interromper esta sequência de alta: a volta da esquerda ao poder nas próximas eleições. Veja que eu disse "previsível", pois cines negros sempre aparecem de tempos em tempos.

Continuo altamente exposto na Bolsa de Valores, não tenho valores atualizados mas minha alocação em renda variável está acima de 93%. Para me proteger tenho vendido índice e comprado dólar. Caso um black swan apareça apareça conseguirei travar parte da queda.

E você, o que tem feito para proteger os ganhos recentes?

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Investimento em NTNB Principal

Fico lendo posts antigos e percebo como minha estratégia de investimento muda ao longo dos anos. Se é que posso chamar isto de estratégia. Ao ler este post de março de 2014 lembrei da época em que comprava NTN-B Principal para "aposentadoria". Naquela época acreditava piamente que ia me aposentar de NTN-Bs. Hoje já não tenho mais nenhum título público em carteira, life changes...

21/03/2014: Comprando NTNBs com taxa de 7%...

Seguindo a estratégia de investimento em NTN-B Principal 2035 para longuíssimo prazo (aposentadoria) que estabelece aportar nesta modalidade nos momentos de taxas de juros elevadas, já estou apto a comprar títulos no atual momento. Conforme mostra a tabela a seguir, já temos 3 dias com as taxas acima de 7%.


Nos gráficos a seguir podemos visualizar de forma mais clara a evolução das taxas no decorrer do ano:




Ontem o mercado apresentou uma interessante taxa de 7,11% e hoje iniciou o dia com uma taxa de 7,02%. Ainda não constatei nos agentes de mídia o motivo da ligeira diminuição verificada no dia de hoje mas acompanharei o noticiário para definir os critérios de aportes para este mês.

Edição (porque caiu no dia de hoje): Sem susto com IPCA-15 de março, juros futuros caem - Depois de uma rodada expressiva de alta ao longo da semana, em meio ao agravamento das preocupações com a inflação, os juros futuros recuaram hoje na BM&F. Investidores aproveitaram a apreciação do real e o IPCA-15 de março levemente abaixo do esperado para embolsar lucros e reduzir parte dos prêmios elevados carregados pelos DIs. Fonte: http://www.valor.com.br/financas/3489646/sem-susto-com-ipca-15-de-marco-juros-futuros-caem

Ainda conheço pouco sobre o funcionamento do mercado de juros futuros e a correlação deste com as taxas praticadas pelo governo no tesouro direto, mas pelo que notei existe uma relação direta entre os juros futuros e as taxas definidas pelo governo. O leitor que puder dar mais informações a respeito será bem vindo no espaço de comentários.

De qualquer forma acredito que a alta das taxas de juros nas últimas semanas está fortemente relacionada à expectativa de inflação maior no mês de março bem como à questão nebulosa do setor elétrico.

A título de curiosidade realizei uma pesquisa nestes primeiros meses do ano tentando correlacionar a evolução das taxas de juros com o cenário econômico. O gráfico abaixo pontua os principais acontecimentos do ano e o próprio leitor poderá tirar suas conclusões.


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Bolsa, Alimentos e Decisão de Investimento...

Este post foi ao ar em fevereiro de 2014, naquela ocasião estava sentindo a necessidade de comprar ações do setor de alimentos na bolsa. Infelizmente temos poucas empresas deste setor com capital aberto. Na ocasião estava na dúvida entre a M. Dias Branco e a BRF. a MIDIA3 apresentava melhores múltiplos fundamentalistas, e continua apresentando. Mas a BRF também era atrativa. Acabei comprando as duas. Por ironia do destino, a MDIA caiu uns 15% depois da minha compra mas depois subiu mais de 100%. Já a BRF subiu 80% depois da minha compra e depois caiu tanto que agora estou no zero a zero. Assim funciona o mercado de renda variável meu amigo.

O texto do post original está mais embaixo, estou repostando este artigo pois estou fazendo uma faxina no blog, eliminando os posts ruins e republicando os posts bons. Mas antes quero falar uma coisa, uma curiosidade. Já que estamos discorrendo sobre o setor de alimentos, quero lhe dizer que você está consumindo os alimentos mais caros do mundo sem saber. Vou dar dois exemplos...

Baconzitos 

bolsa de alimentos

Confesso que desde criança sou um consumidor voraz destes salgadinhos. Mas hoje consumo muito menos, já fui mais fanático. Hoje substituí o clássico Baconzitos por outros de marcas mais desconhecidas que custam quase metade do preço.

De qualquer forma, tenho plena ciência que os preços destes salgadinhos são fora da realidade. Vamos entender a questão. Veja no anúncio acima que este pacotinho de 55 g está sendo vendido por R$ 3,79. Fazendo uma continha rápida, vamos chegar a um valor de R$ 68,91 por quilo. Se você considerar que o quilo do bacon real está em torno de R$ 20,00 então chegará à conclusão de que um salgadinho de farinha que imita o sabor do bacon custa quase 4 vezes o valor do bacon natural. Não é algo surreal?!

Ou seja, o alimento imitação é muito mais caro do que o alimento "in natura".

Orégano


alimentos na bolsa

O caso do orégano é ainda mais gritante. Também sou um consumidor frequente de orégano, e não é apenas em pizza. Uso orégano em sanduíches e também nos pratos de comida normal.

Vamos então fazer uma continha para saber quanto custo o quilo do orégano. Considerando que um pacotinho de 15 g está custando R$ 5,49, podemos concluir que o quilo do orégano custa R$ 366,00!!! Ou seja, esta folhinha é mais cara que cocaína.

Especiarias como o orégano são alimentos valiosíssimos desde a época em que Portugal traçou um ambicioso plano marítimo para chegar à Índia.

"As especiarias eram, desde sempre, consideradas o ouro das Índias. A canela, o gengibre, o cravo, a pimenta e açafrão eram produtos difíceis de obter, pelos quais se esperavam caravanas e mercadores experientes vindos do Oriente. Dos mercados de Veneza e Génova só então eram espalhadas para toda a Europa estas especiarias, acrescidas imensamente no seu custo, e sem chegada garantida. Em 1453, com a tomada da cidade de Constantinopla pelos Otomanos, as trocas comerciais de Veneza e de Génova ficaram muito reduzidas. O proveito dos portugueses em estabelecer uma rota marítima, portanto praticamente isenta de assalto — não obstante, coberta de perigos no mar —, mostrava-se recompensador e esboçava no futuro um grande rendimento à Coroa. Portugal iria ligar diretamente as regiões produtoras das especiarias aos seus mercados na Europa."


M. Dias Branco ou BRF?


Preciso fazer um rebalanceamento na minha carteira de ações, retirando do portfólio a ARZZ3 (ficarei apenas com a GRND3 no setor de calçados e a HGTX3 no setor de vestuário) para incluir uma empresa da área de alimentação. Gostaria da opinião dos colegas entre BRFS3 e MDIA3. Aceito também outras sugestões neste setor. Seguem alguns números (dados de fevereiro de 2014):

BRFS3



Lucro

ROE

MDIA3



Lucro 

ROE

terça-feira, 12 de setembro de 2017

IBOV Deflacionado e Covariância IBOV x Dólar

Uma combinação de fatores positivos no mercado financeiro fez com que o IBOVESPA rompesse os 74 mil pontos, deixando para trás o topo histórico de 73.516 pontos, registrado no dia 20 de maio de 2008. Com a alta de 1,70% de ontem, o principal índice da bolsa renovou a máxima, ao alcançar os 74.319 pontos. Como fatores catalisadores, destaque para a perspectiva de queda da taxa básica de juros para perto dos 7% ao ano, menor nível da história, e os sinais de crescimento consistente, ainda que lento, num ambiente de inflação controlada. Neste post iremos revisitar o gráfico do IBOV deflacionado.

ibov deflacionado

Como pode ser visto no gráfico acima, apesar do índice ter superado ontem sua máxima histórica, ao aplicarmos a correção da inflação (IGP-DI) vemos que ainda estamos bem longe do topo.

 IBOV Deflacionado

Através da contribuição do leitor Gustavo cheguei a um interessante artigo elaborado Jonas Faga Jr. e apresentado neste endereço. Abaixo vemos o IBOV tal qual nos é apresentado em termos de pontos (IBOV nominal):


Neste gráfico o autor assinalou os principais eventos macros mundiais para pontuar as principais reversões:

1 – Primeiro fundo após a estabilização do Plano Real – (1995)
2 – Topo atingido no auge da bolha dos mercados emergentes – (1997)
3 – Fundo atingido após o estouro da crise asiática, russa e brasileira – (1999)
4 – Topo atingido no auge da bolha das pontocom – (2000)
5 – Fundo atingido imediatamente após os ataques ao WTC – (2001)
6 – Fundo atingido em meio ao pessimismo pós WTC e pré guerra contra o terrorismo – (2002)
7 – Topo atingido no auge da bolha imobiliária e de crédito nos EUA – (2008)
8 – Fundo atingido após o crash da bolha de crédito nos EUA – (2008)
9 – Topo atingido após a injeção de maciços estímulos pós 2008 – (em 2010)

A intenção do autor foi apresentar o IBOV deflacionado pelo valor do grama de ouro na BM&F, contrato de 250 gramas (OZ1D). Aplicando este fator deflacionário, o histórico canal de alta do IBOV transforma-se em uma longa congestão:


Covariância IBOV x Dólar

O autor apresenta ainda, em outro post, um artigo onde o mesmo mostra a covariância Dólar x IBOV que pode ser ilustrada através do grafico abaixo:


Neste post o autor procurou apresentar um método teórico de alocação de ativos a partir de duas perspectivas complementares: ações (IBOV) e fundos cambiais (Dólar). Basicamente o autor define uma alocação inicial de equilíbrio onde os ativos estão alocados meio a meio. Na medida que desvios são percebidos na carteira, os mesmos são corrigidos através da realocação entre ações e fundos cambiais.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Blogroll da Finansfera

O que fazer na hora do café? A sugestão é acompanhar os blogs da finansfera. São quase 200 blogs para você acompanhar no seu dia-a-dia. Aqui no Blog d'Uó mantenho o blogroll da finansfera sempre atualizado. Caso conheça algum blog que não esteja ainda nesta lista por favor me informe.


No site Abacus Liquid você poderá ainda acompanhar os principais sites de finanças do país.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Fundos de Investimentos em Participações (FIP): XPOM11

Esta postagem foi ao ar no dia 18/07/2014, na época este FIP estava cotado no 80 reais. Não tenho pais este Fundo de Investimento em Participações em carteira, de qualquer forma fica aí uma estudo detalhado sobre o tema.

 xpom11

Há pouco tempo me deparei com uma modalidade de investimento ainda pouco conhecida pelo investidor comum: os chamados FIP (Fundos de Investimento em Participações). São fundos caracterizados, principalmente, pela participação ativa nas empresas ou negócios em que investe.

Segundo a instrução 391 datada de 2003 da CVM (Comissão de Valores Imobiliários), um FIP deve ser constituído em forma de condomínio fechado e os recursos sob sua administração devem ser destinados à aquisição de ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas, participando do processo decisório da companhia investida.

A maioria dos FIPs investe em empresas fechadas, praticando aquilo que também é conhecido como Private Equity. Um FIP pode ser utilizado para comprar empresas endividadas, pode ser um fundo mezanino - que fica por um tempo pré-determinado participando da empresa - ou até mesmo investir em empreendimentos imobiliários. A intenção do fundo é tirar proveito do potencial de crescimento de tais investimentos.

fip

Diferenciais

Uma vantagem de investir neste tipo de fundo é que o cotista participa do crescimento dos negócios em carteira, sejam de capital fechado ou aberto. Este tipo de fundo oferece grandes oportunidades de ganho em relação aos fundos tradicionais de ações, pois buscam investimentos com alto potencial de maturação e retorno.

Um FIP pode ser montado por um investidor que quer investir em empresas iniciantes, sem que o aporte precise ser direto, e também é uma forma de abrir a empresa para investidores. É vantajoso em relação ao investimento direto pela sua transparência e sua governança corporativa, pois tem custodiante e auditoria obrigatórios. Para a empresa também é bom, pois ela pode começar a ter contato com o mercado de capitais e se ela quiser fazer um IPO já terá níveis elevados de governança corporativa.

Outra vantagem é o fato de este tipo de fundo ser obrigado a participar ativamente da administração dos negócios, o que trás mais chances de retorno. Por outro lado o risco também é maior, e tudo vai depender da qualificação do gestor.

Se o fundo investir em empresas fechadas, ele traz a vantagem de estar apostando em negócios com grande potencial de expansão, pois as empresas ainda não são tão maduras quanto as que já são listadas na bolsa, que é a grande diferença entre investir em ações e investir num FIP.

Fundos de Investimentos em Participações com Cotas Negociadas em Bolsa

Apesar de pouco conhecidos no Brasil, os Fundos de Investimento em Participações com cotas negociadas em bolsa tem chamado a atenção dos investidores de varejo, especialmente por seu elevado potencial de ganho e outras vantagens fiscais.

Em geral, os FIPs são fundos criados para se investir ativamente através da compra de participações em empresas ou empreendimentos específicos. Assim como os Fundos Imobiliários (FII), esses FIPs funcionam como um condomínio fechado que administra recursos.

Hoje em dia, muitos FIPs também são criados com objetivos bem exatos como a aquisição de imóveis ou de pequenas centrais hidroelétricas, sendo montados na forma de Sociedade de Propósito Específico (SPE). Como os FIPs podem investir em praticamente qualquer coisa, ter seus propósitos bem esclarecidos torna mais fácil compreender os riscos e reduzir a complexidade de acompanhamento das operações do fundo.

Abaixo uma lista extraída do site da BM&FBOVESPA com os FIPs que hoje estão listados na bolsa. Fiz uma busca rápida no HB da minha corretora em cada um destes e percebi que apenas o XPOM tem apresentado negócios diários. Fiquei na dúvida se os demais têm as cotas negociadas no mercado.

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FIP-IE XP Omega I (XPOM11)

Este FIP tem se tornado o queridinho dos pequenos investidores. Como é negociado em bolsa então está disponível para quem tem em investir em uma empresa de capital fechado com bom potencial de crescimento e de quebra receber rendimentos semestrais isentos de Imposto de Renda.

Diferenciais do FIP apontados pela gestora:

•    Receita: contratos de longo prazo acima de 10 anos com empresas de grande porte;
•    Inflação: contratos ajustados anualmente protegendo o capital da inflação;
•    Conjuntura Setorial: demanda crescente por energia e alta liquidez nos contratos favorece o setor;
•    Ativos: ativos operacionais com desempenho comprovado, assim como nas grandes companhias elétricas, além de contar com uma gestão profissional;
•    Benefício fiscal: rendimentos (isento de IR) e ganhos de capital no mercado secundário (15% ao invés dos 27,5% do IR tradicional) com vantagem fiscal;
•    Liquidez: com as cotas negociadas em bolsa espera-se boa liquidez com facilidade de resgate do capital aplicado.

O FIP-IE XP Omega I é detentor de aproximadamente 34% do capital total da Asteri Energia S.A. (“Asteri”), uma sociedade holding que, por sua vez, detém 100% do parque eólico de Gargaú e 51% da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Pipoca. A Omega Energia Renovável S.A. é sócia do XP Omega I na Asteri, sendo titular de aproximadamente 66% do capital total. O fundo atualmente detém 100% das ações preferencias de emissão da Asteri, que conferem direito ao recebimento de dividendo preferencial e cumulativo de IPCA+7,5% a.a. até 2032, o qual deverá ser pago semestralmente nos meses de maio e novembro.

O fundo passou a ser sócio da Omega Energia Renovável na Asteri Energia. A Asteri não precisava de recursos, porém tinha o interesse de vender parte de sua participação para financiar novos investimentos em projetos "greenfield".

A Omega tem entre seus principais sócios as gestoras Tarpon Investimentos e a Warburg Pincus. Pelo desenho do negócio, a Omega possui 100% das ações ordinárias da Asteri, ou 66% do capital total. O fundo da XP tem 100% das ações preferenciais recém emitidas da holding, ou 34% do capital. Essas preferenciais terão os moldes das "preferred shares" americanas. Terão prioridade no recebimento dos dividendos, que serão fixos e cumulativos até outubro de 2032.

Pipoca está localizada no rio Manhuaçu, em Minas Gerais, e tem capacidade instalada de 20MW. Gargaú está localizado em São Francisco do Itabapoana, no Rio de Janeiro, e tem capacidade instalada de 28MW. Ambos os ativos estão em operação desde o último trimestre de 2010. Abaixo segue a estrutura acionária da Asteri após aquisição das ações preferenciais por parte do FIP Omega.

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Uma vantagem importante destes ativos é que ambos possuem contratos de longo prazo com contrapartes de excelente risco de crédito, indexados à inflação. Pipoca possui contratos até o ano de 2025 com consumidores de primeira linha e ainda conta com a Cemig como sócia estratégica no ativo.

Gargaú faz parte do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), programa do governo federal lançado em 2002 e implantado em 2004, com a finalidade de estimular investimentos em fontes alternativas de energia. Os contratos do Proinfa seguem um mesmo padrão, e por contarem com incentivos do governo federal possuem características extremamente favoráveis às empresas.

Para citar alguns exemplos destacamos: (i) o prazo de 20 anos, (ii) os preços, superiores a R$ 330/MWh a valores de hoje no caso de Gargaú, e (iii) as garantias, onde o governo federal, através da Eletrobrás, garante um piso de 70% da receita contratual durante toda a duração do financiamento, que vai até 2026 no caso de Gargaú.

Uma vez que esses ativos não possuem mais qualquer risco de construção, o principal risco do negócio passa a ser de ordem climática. Como lidamos com fontes renováveis de energia, a geração de caixa consolidada da Asteri depende do regime de chuvas (caso de Pipoca) e do regime de ventos (caso de Gargaú).

XPOM11 no Mercado Secundário

Percebe-se que, recentemente, o preço no mercado secundário do FIP Omega tem sofrido, atingindo patamares abaixo dos R$ 90,00 / cota (R$ 83,15 no fechamento de 17/07/14). Acredita-se que isso ainda se deve a um entendimento incompleto por parte do mercado.

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O FIP Omega é um investimento de longo prazo, com um fluxo de distribuição crescente nos primeiros anos até o momento em que todo o dividendo das ações preferenciais acumulado é distribuído e o fluxo anual é estabilizado no patamar de IPCA + 7,5% a.a. A razão que esse dividendo não está sendo distribuído  integralmente se deve à restrições contábeis e cláusulas contratuais com o BNDES. Com o passar do tempo e à medida que essas restrições diminuem, todo o dividendo acumulado devido às ações PNs desde a liquidação do IPO serão pagos. Vale lembrar, que este saldo ainda não pago é corrigido à IPCA + 7,5% a.a. até o momento de sua distribuição integral. Ou seja, o valor econômico do investimento está preservado.

Carta do Gestor (Análise do Primeiro Trimestre de 2014)

O primeiro trimestre de 2014 foi bem relevante para o FIP-IE XP Omega I. Aproximadamente 9 meses após a captação do Fundo, chegamos em Março com a segurança de que os ativos comprados indiretamente pelo Fundo (Gargaú e Pipoca) são sólidos e vêm apresentando desempenhos acima de nossas expectativas.

Pipoca, mesmo que marginalmente, vem conseguindo se beneficiar dos altos preços de energia no mercado spot, uma vez que possui pequeno percentual de sua energia assegurada descontratada (hedge hidrológico natural). Gargaú teve um início de ano excepcional, com geração física de energia 25% acima de nossa expectativa. Com isso, o caixa da Asteri segue robusto, e passa a ser questão de tempo para que este caixa possa migrar aos cotistas do Fundo, regularizando assim seu fluxo de recebimentos no tempo.

Gostaríamos de usar este espaço para falar sobre um assunto que julgamos de extrema importância para o investidor de longo prazo do FIP Omega: o valor estratégico dos ativos geradores de energia. Todos sabem que os níveis dos reservatórios no Brasil (principalmente no Sudeste) estão em patamares preocupantes. A proximidade do calendário eleitoral prejudica a discussão do assunto, estando o mesmo demasiadamente politizado. Com isso, não fazemos o que devíamos, agravando o problema e o “empurrando” para frente. Estamos entrando no período seco, saindo do chuvoso, e a situação dos reservatórios no SE/CO chega ao final de Abril com 38,16%*.

xpom11

Já falamos em relatórios passados de como essa escassez de energia acaba aumentando o custo marginal da mesma, e com isso, aumenta também o valor estratégico de longo prazo dos ativos de geração. Mas tivemos um fato novo em Abril que vale destacar. O Governo decidiu fazer um leilão (Leilão A de 2014) para entrega imediata de energia e com prazo de 5 anos (até Dezembro de 2019). O preço teto do contrato durante todo o prazo foi estipulado em R$271/MWh (ajustado pela inflação), bem acima das sinalizações passadas. Ainda assim, o leilão não conseguiu suprir integralmente a demanda das distribuidoras. Ao que tudo indica, os donos dos ativos de geração de energia estão com outra visão do que seria um preço interessante para contratar sua energia, hoje descontratada.

O que isso significa para nós? Bom, primeiro que o valor estratégico de Gargaú e Pipoca aumenta no tempo. Segundo, que os preços de energia livre no futuro (após vencimentos dos  contratos atuais) deverão ser maiores do que aqueles que consideramos em nosso modelo quando da decisão de investimento.

Continuaremos sempre trabalhando para fornecer maior transparência e informações para nossos cotistas, ajudando o desenvolvimento e divulgação do FIP Omega para o mercado. E desde já, nos colocamos à disposição para esclarecermos quaisquer dúvidas.

Link de InteresseParque Eólico de Gargaú

Fontes  do Artigo:

BM&FBOVESPA
XP Investimentos
UOL Economia
Melhores Fundos
Plancorp