terça-feira, 29 de setembro de 2015

É Possível Vencer o CDI? Luis Stuhlberger Responde

Luis Stuhlberger, um dos mais respeitados gestores de recursos do mercado brasileiro, deixou o Credit Suisse para abrir sua própria gestora, a Verde Asset Management no início deste ano. A empresa tem no seu time gestores de recursos provenientes da Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), empresa que surgiu da aquisição da Hedging-Griffo, fundada por Stuhlberger, pelo banco suíço.


O gestor é responsável pelo fundo multimercado Verde (relembre aqui), um dos maiores fundos hedge do mundo, com patrimônio de cerca de R$ 10 bilhões e uma das maiores histórias de sucesso do mercado brasileiro. A saída de Stuhlberger era esperada pelos analistas do mercado e chegou a ser cogitada há alguns anos, quando o banco suíço concluiu a compra da CSHG. Ela acabou adiada por um acordo que garantiu participação acionária ao gestor na instituição.


Mas o caminho era esse, até pelo perfil personalista de Stuhlberger, que, com talento impressionante para analisar os mercados, cuida pessoalmente de todos os investimentos do Verde e decide de maneira independente os destinos da carteira. Dentro de uma estrutura organizacional de grande porte, com padrões internacionais de execução de tarefas, esse tipo de individualismo não é muito bem aceito. Além disso, sozinho, Stuhlberger representava a maior parte da gestão de recursos do CS no Brasil, e nada mais lógico, portanto que em algum momento ele decidisse voltar à carreira solo.

Fundo Verde Atualizado

Os dados que apresentarei a seguir são do relatório de agosto último, portando, os valores mais atuais podem estar melhores ainda se consideramos o valor atual do Dólar. Estou dizendo isto porque Stuhlberger tem apostado forte na valorização da moeda americana desde o início do ano passado, quando já previa uma forte depreciação do Real. A rentabilidade do fundo no ano (até agosto) é de 20,65%! Mais que o dobro do CDI, isto mesmo meu amigo leitor, mais que o dobro!


Na trajetória do Verde, desde sua criação, o gestor perdeu para o CDI apenas duas vezes. Uma vez na crise de 2008 e outra no ano passado. Circulei abaixo estes dois momentos. 


Abaixo o gráfico de desempenho do Verde frente ao CDI, desde sua criação até meados deste ano. é um gráfico no mínimo impressionante.


Neste Podcast o gestor Luis Stuhlberger conta um pouco da sua história de sucesso. Vale a pena ouvir.

Fonte 1
Fonte 2

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Petrobras e Banco do Brasil - Ações Renovando Mínimas

Já estamos nos finalmentes do mês de setembro e a situação continua indefinida no cenário político-econômico interno. No cenário externo a situação também não teve melhoras e o dólar continua sua escalada de alta em vários países. A queda de preços das commodities minerais e metálicas, muito em função de alta oferta contrapondo uma desaceleração da economia chinesa, continua pressionando a economia dos países exportadores como o Brasil. A produção elevada de petróleo no mundo e uma demanda retraída também contribui para este ciclo de baixa das commodities.

Aqui no IBOV começa a se desenhar um Déjà vu no gráfico diário. Se confirmado, a próxima parada será nos 40.xxx. As chances disto acontecer em breve são reais porque o cenário econômico atual está praticamente alinhado com este movimento que terá o momento mais tenso nos dias de votação do pacotão fiscal do governo.


Muitos ativos estão contribuindo para esta queda acentuada do IBOV, em especial a Petrobras e os bancos (Itaú e Bradesco têm maior peso no índice).

Petrobras já foi discutida neste post e o gráfico atualizado você confere logo abaixo. Temos uma projeção de queda para a casa dos 5,xx quiçá 4,xx reais. Basta que o pivot formado seja respeitado.


A situação dos bancos também não é das melhores, em particular o mais fraco deles que é o Banco do Brasil. Neste post eu já havia traçado algumas projeções que estão cada vez mais evidentes.


Edição de fim de dia...

O dólar parece mesmo não querer ceder. Com o fechamento de hoje já são quase 6% de alta desde a abertura do pregão na última sexta. Será que teremos novas intervenções do BANCEN?


Refletindo a alta do dólar no dia de hoje, as taxas de juros voltaram a subir. A NTNB Principal 2035, por exemplo, está sendo negociada neste fim de tarde com uma taxa de 7,57%.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Após a Derrocada do Dólar, o Tesouro Direto Volta à Normalidade...

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...depois de ficar suspenso o dia todo, porém, reabre com taxas bem mais baixas do que as do dia anterior, graças à queda brusca dos juros futuros para desespero dos "taxeiros"...


No pregão anterior o câmbio já dava sinais de descontrole (relembre aqui), porém, as forças "ocultas" do mercado bateram forte na moeda americana e uma vela de -7,3% se formou no gráfico diário...


No day-trade deu para faturar uns trocados, consegui bater a meta diária em 3x graças a tamanha volatilidade, mas foi tenso, um dia pra ficar na história do mercado.

BBAS3 - Análise Gráfica do Momento

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Prometi esta análise para um colega ontem e aqui está. Acho que vai servir para outros colegas também (relembre aqui). Vamos direto ao gráfico...


Quando se trata de operações do tipo Trade, a pessoa que se propõe a fazer tal operação, que seja day-trade, swing-trade ou position-trade, deve definir dois pontos básicos antes de iniciar a brincadeira, são eles:

1 - Ponto de Stop-Loss
2 - Ponto de Stop-Gain

O ponto de Stop-Loss será o preço onde a operação deverá abortada no prejuízo. Já o ponto de Stop-Gain será o ponto onde a operação será finalizada com lucro.

Há variações quanto a estes pontos. Tem operador que realiza saídas parciais, por exemplo, estabelece a saída de metade da posição com x% de ganho e mantém a posição restante até ser finalizada na satisfação ou em outro stop de móvel no tempo.

Há também a variação quanto às entradas. Pode-se por exemplo escalonar o capital reservado ao trade em mais de uma parte e ir executando as entradas parcialmente. Então são inúmeras opções que o operador terá para escolher. Mas DEVEM ser opções tomadas antes do trade ser iniciado.

É importante, antes de se iniciar qualquer trade, realizar uma análise gráfica da cotação do papel para determinar se o ponto de entrada é realmente interessante. É desejável também que o operador defina uma relação risco-retorno, por exemplo, 3:1. Isto quer dizer que se ele deseja alcançar um lucro de 30% da operação (factível) então seu stop máximo deverá ser de 10% de prejuízo.

Voltando ao gráfico da BBAS3, vemos que a tendência do papel é de queda declarada. Quem entrou nesta operação 'acreditando' que o papel iria subir 30% nada mais do que realizou uma aposta, tipo casino, já que não havia nenhum sinal gráfico de alta.

Pelo meu método de análise gráfica vejo fortes suportes em 13,50 e 10,20. Seriam estes bons pontos de entrada? Talvez, só uma análise futura caso a queda continue dirá.

Outra ponderação interessante a se fazer é que estamos em um momento de crise, e em momentos como estes as cotação de papéis mais voláteis costumam cair em média -60% (Na última crise a BBAS3 caiu -64%). Temos também a formação clássica de um pivot de baixa, onde a segunda pernada costuma ser igual ou até maior que a primeira. A pernada atual está em -44% sendo que a pernada anterior foi de -46%.

Sugiro, mais uma vez, aos amigos holders que se aventuram nos trades tomarem muito cuidado com estas operações do tipo caiu-comprou. Pode dar certo? Sim! Mas pode dar totalmente errado. Passado não garante futuro. Quando você acha que já sabe a resposta o mercado irá mudar a pergunta. Então seria muito mais tranquilo e eficiente realizar os famosos aportes periódicos (quiçá dobrados) nos bons ativos, no caso ITUB3 que é o banco da minha preferência.

Grande abraço!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Dólar e Juros Futuros Atingem Novas Máximas


Nem mesmo a intervenção do Banco Central no meio do dia foi suficiente para segurar mais uma alta do Dólar. Os juros também dispararam no dia de hoje refletindo o alto grau de incertezas no cenário local. Declarações do presidente da Câmara sobre o impeachment da presidenta por atos anteriores parecem ter colocado mais fogo na fogueira.


O Tesouro marcou para amanhã uma operação que recomprará até 1 milhão de NTN-Fs e ofertará até 150 mil títulos. Esta reação mais cautelosa de recompra de títulos ajuda a explicar a demora na reação positiva dos juros futuros que hoje dispararam rompendo o patamar de 16% para prazos mais curtos como o de janeiro/2007.


Ontem os parlamentares mantiveram 26 dos 32 vetos da presidenta para medidas que poderiam criar um gasto extra de 127 bilhões. Porém, os 8 restantes, entre eles o que impede o aumento de até 78% dos salários do Judiciário, ainda serão apreciados. Isto trouxe desconfiança ao mercado pois o governo pode não conseguir reunir os votos necessários para manter os demais vetos.

Há ainda o temor em relação à perda de rating por mais uma agência de classificação (relembre aqui). Uma equipe da Fitch está nesta semana no Brasil realizando reuniões e avaliações do cenário local. Resta agora aguardar os resultados desta avaliação que serão divulgados em breve. Muitos falam em perda de grau mas com manutenção do investment grade, será?!

Com esta disparada dos juros futuros no dia de hoje era de se esperar que as taxas praticadas pelo Tesouro também seguissem ladeira acima. Porém, checando agora no site, a variação no final da tarde foi relativamente pequena. Vamos ver como se comportarão amanhã. Muitos investidores estão de olho no valor de 8% para as NTNBs (relembre aqui), é a farra dos títulos do governo...

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Estoques e Reservas de Petróleo - Ações da Petrobras na Casa dos 6 Reais

Os contratos futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã pressionados por preocupações com a situação de oferta global excessiva. Ontem já tinha feito um post sobre o assunto, leiam aqui.

A redução na produção dos EUA tem dado alguma sustentação às cotações, mas os níveis de estoques dos EUA continuam elevados, especialmente os de derivados, como a gasolina. Isso sugere que o excesso de oferta não vai ser superado tão cedo.

Enquanto isso, a Arábia Saudita e outros fornecedores continuam bombeando petróleo em forte ritmo, numa tentativa de defender sua participação de mercado.

No final da tarde de hoje, a atenção dos mercados vai se voltar para o American Petroleum Institute, que vai divulgar sua pesquisa semanal sobre os estoques dos EUA. Amanhã, será a vez do levantamento oficial, do Departamento de Energia norte-americano.

As Maiores Reservas de Petróleo

Venezuela

Reservas estimadas: 297,7 bilhões de barris 

"A Venezuela continua altamente dependente das receitas do petróleo, que representa cerca de 96% das receitas de exportação, 40% das receitas do governo e 11% do PIB ", de acordo com o CIA Factbook . Consequentemente, com os preços do petróleo mergulhando no final de 2014 , combinado com uma recessão, a economia do país sofreu consideravelmente. Agora, a Venezuela está em busca de aliados fora da OPEP,  na esperança de estabilizar os preços do petróleo.

2. Arábia Saudita

Reservas estimadas: 268,4 bilhões de barris 

A Arábia Saudita foi um dos grandes players no mercado de petróleo ao longo do último ano. Mais recentemente, o país - juntamente com o resto da OPEP - se recusou a cortar os preços do petróleo.

3. Canadá

Reservas estimadas: 173,2 bilhões de barris 

O Canadá exporta a maior parte de seu petróleo para os EUA e Europa, sendo o maior fornecedor estrangeiro dos EUA. No entanto, um recente relatório mostra que o petróleo de alguns depósitos do país possui uma concentração cerca de 20% maior de carbono do que os outros. Isso significa que se o Canadá exporta mais petróleo para os EUA, ao longo do tempo , as emissões de gases do efeito de estufa pelos motoristas norte-americanos aumentariam, mesmo se o consumo de gasolina mantiver-se estável", segundo a OilPrice.com.

4. Irã 

Reservas estimadas: 157,3 bilhões de barris 

O petróleo bruto do Irã é o elemento surpresa no mercado. Analistas acreditam que a volta do produto iraniano poderia pressionar os preços para baixo. Além disso, poderia levar ao aumento da tensão entre o país e a Arábia Saudita, bem como com a Rússia.

5. Iraque 

Reservas estimadas: 140,3 bilhões de barris

Em grande parte, o petróleo movimenta toda a economia do Iraque. Com a queda dos preços,  as receitas do governo caíram aproximadamente 30%. A partir de 2015, o país - um dos maiores produtores da OPEP - estava bombeando petróleo em níveis recordes.

6. Kuwait

Reservas estimadas: 104 bilhões de barris 

O petróleo é responsável por mais da metade do PIB do Kuwait e o país planeja aumentar a produção para mais de 4 milhões de barris por dia até 2020. Após as sanções ao Irã em 2012, o Kuwait, juntamente com a Arábia Saudita, ganharam espaço no mercado asiático.

7. Emirados Árabes Unidos 

Reservas estimadas: 97,8 bilhões de barris 

Os Emirados Árabes Unidos é outro Estado completamente dependente de energia que se modernizou após a descoberta de petróleo há mais de trinta anos. Apesar da queda dos preços, um dos maiores produtores da OPEP tem batido recorde de produção.

8. Rússia

Reservas estimadas: 80 bilhões de barris 

Embora Moscou esteja se beneficiando geopoliticamente do acordo com o Irã, o retorno do petróleo iraniano para os mercados é uma má notícia para a Rússia: o país pode perder participação no mercado europeu. "O Irã vai estar competindo na Europa com a Rússia", afirmou à Bloomberg Ed Morse, analista da commodities do Citigroup.

9. Líbia

Reservas estimadas: 48,47 bilhões de barris 

A economia da Líbia é completamente dependente de energia. As vendas de petróleo e gás caíram significativamente em 2014 após protestos realizados em seus portos de petróleo.

10. Nigéria: 

Reservas estimadas: 37,14 bilhões de barris 

O petróleo tem sido a principal fonte de receitas do governo na Nigéria desde 1970 . No entanto, o país sofreu com o colapso dos preços no ano passado. Agora, com o preço mais baixo, a Nigéria ainda poderá enfrentar "concorrência extra" a partir da reintrodução do petróleo iraniano nos mercados.

Ações da Petrobras

A cotação do papel preferencial (PETR4) atingiu pela primeira vez a casa dos 6 reais nesta manhã. A situação não está nada boa para os comprados.


Fonte 1
Fonte 2

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Cotação do Petróleo (Brent) Atualizada - Ações da Petrobras em Mínimas Históricas


A cotação do petróleo (Brent) voltou a cair nas últimas semanas. Porém, na manhã de hoje apresenta leve alta sendo cotado a 48,60 dólares.


Dias atrás o Goldman Sachs baixou as perspectivas para o valor do ouro negro. O banco de investimento norte-americano diminuiu as projeções do Brent e admite que o preço do barril de petróleo venha a cair para 20 dólares em 2016. "O mercado petrolífero tem ainda mais oferta do que o que esperávamos e agora prevemos que esse excedente persista em 2016", justificaram os analistas do Goldman Sachs num relatório citado pela Bloomberg.

Como a Queda do Petróleo Afeta o Mapa Geopolítico

Habitualmente, quando eclode uma guerra na região do Oriente Médio, o preço do petróleo é destinado à especulação. Por exemplo, as invasões israelenses no Líbano e na Faixa de Gaza, em 2006 e 2008, fizeram explodir os preços internacionais ao recorde de US$ 147 o barril (julho de 2008).

Os preços despencaram, repentinamente, após a crise de 2008, considerando que a “falência” do Lehman Brothers e a consequente crise financeira provocaram queda econômica mundial e galopante redução de demanda por energia.

Em antítese com a década de 2000, quando os cenários de guerra e convulsão onde havia petróleo, alimentavam a cada vez maior alta dos preços, a atual liquidez geopolítica na região do Oriente Médio com tudo que está acontecendo, principalmente na Síria e no Iraque, tiveram esta vez resultado reverso.

A queda de preço deve-se em dois motivos básicos: primeiro, à avaliação de que o crescimento da economia mundial desacelera-se rapidamente, com epicentro a Zona do Euro e a China. Aliás, as sanções ocidentais contra a Rússia poderão, eventualmente, agravarem a situação na economia européia, por causa das estreitas relações econômicas entre Alemanha e Rússia.

A prevista baixa demanda coincide com a crescente oferta de petróleo pelos EUA, graças à exploração das jazidas de xisto. A Comissão Internacional de Energia argumenta em seu recente relatório que “os EUA superarão a Rússia a a Arábia Saudita, tornando o país o maior produtor de petróleo no mundo ano que vem, graças à produção de petróleo das jazidas de xisto”.

O segundo motivo é a decisão da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) – tomada em novembro do ano passado – de não reduzir a extração de petróleo, acelerando desta forma a derrocada dos preços internacionais.

Vários analistas verificam nesta decisão “acordo” entre EUA e Arábia Saudita, maior produtor mundial, para manterem os preços baixos e assim fazerem a Rússia “ajoelhar”, já que o país foi atingido economicamente pela sintonia de sanções e repentina queda dos preços do petróleo. Algo semelhante havia ocorrido na década de 1980 quando, novamente, o preço internacional em algum momento em 1986 desabou para até US$ 10 o barril.

O objetivo estratégico da Arábia Saudita com a derrubada dos preços era de conseguir aumentar sua fatia no mercado internacional. Considera-se que a queda dos preços do petróleo contribuiu para acelerar a derrocada da União Soviética, por causa da grande perda de arrecadações.

Existe, contudo, também, o outro lado da moeda que refere-se à guerra de preços: Xeques contra xisto, de acordo com o título de recente artigo da conhecida revista de economia Economist. A queda dos preços favorece tudo menos o desenvolvimento das jazidas de xisto e a reclassificação dos EUA, considerando que, muitas empresas que atuam no setor estão superendividadas e, se a queda dos preços continuar, talvez torne desinteressante a continuação de extração de petróleo.

O país mais atingido pela queda dos preços do petróleo é a Rússia. No apogeu da alta de preços do “ouro negro”, em 2008, este fundo dispunha reservas totalizando US$ 158 bilhões, os quais equivalem com 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O petróleo e o gás natural representam 68% do total das exportações da Rússia e, contribuem com 50% na formulação do orçamento nacional.

A Rússia já perdeu cerca de US$ 90 bilhões em reservas monetárias neste ano, as quais, correspondem em 4,5% do Produto Interno Bruto(PIB) do país, a fim de sustentar o rublo que encontra-se em queda livre. Desde junho passado, a moeda nacional da Rússia desvalorizou-se em 35% contra o dólar norte-americano.

Crise da Petrobras Afeta mais que Queda do Preço do Petróleo

As incertezas quanto aos investimentos previstos pela Petrobras na operação do petróleo brasileiro neste ano, em virtude da instabilidade gerada pela crise institucional que se abateu sobre a companhia a partir das investigações da Operação Lava-Jato, geram impactos profundos no cotidiano da indústria offshore local, bem mais que a batalha geopolítica travada entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos, no controle do mercado de óleo e gás mundial.

Esses efeitos foram destacados por José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras em uma época marcada por duas fases distintas: a da autossuficiência e das negociatas que podem ter gerado um rombo de mais de R$ 80 bilhões em atos de corrupção.

Oficialmente, Gabrielli esteve no Sindipetro-NF para participar de reunião interna da instituição. Especulações à parte, as declarações do ex-presidente sobre a companhia ajudaram a entender o atual comportamento do mercado do petróleo nacional, que gera diretamente efeitos na administração de Macaé e as demais cidades produtoras de petróleo do Norte Fluminense.

No aspecto internacional, Gabrielli aponta a existência de uma guerra geopolítica travada por 'gigantes do petróleo mundial'. "Os preços do petróleo estão caindo por uma questão geopolítica internacional. A Arábia Saudita, que tradicionalmente era quem recuperava o preço do petróleo com a redução da produção, não está reduzindo o seu ritmo. A Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), portanto, não está reduzindo a sua produção. Por isso os preços do barril do petróleo continuam caindo. Acredito que isso tem a ver muito com a expectativa de expansão da produção do petróleo nos Estados Unidos e a Arábia Saudita quer impedir que essa nova produção americana crie competição com sua produção. Este cenário não tem nada a ver com o Brasil", apontou o ex-presidente da Petrobras.

No âmbito nacional, Gabrielli aponta os efeitos da crise institucional enfrentada pela Petrobras, como fator predominante que afeta o mercado offshore local. "Há um problema que depende do país, que é a situação da cadeia de fornecedores da indústria do petróleo. Este setor está em crise. Atualmente a Petrobras está com um processo decisório muito lento, porque dada a crise, as decisões são mais lentas. Isso afeta de forma muito especial os pequenos e médios fornecedores, que sentem a curto prazo os efeitos do pagamento com atraso dos projetos da Petrobras", apontou.

O gráfico abaixo apresenta as cotações históricas do papel PETR4 (ações preferenciais da Petrobras). É possível notar um canal de baixa iniciado no final de 2011. Tanto o fator externo (queda do petróleo) quanto o fator interno (má gestão da companhia) são grandes responsáveis pela derrocada do papel. Não há como medir qual fator está influindo mais no atual momento, mas se formos considerar que a tendência de queda está longe de terminar então teremos grandes chances de alcançar a casa do 6 reais quiçá 5 reais.


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Trade Não Compensa!

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Fala galera!

Para fechar a semana vou fazer um post para polemizar. Sei que virão opiniões contra e a favor, que é natural, mas preciso dizer algo para a blogosfera.

O ponto da questão é: fazer trades com ações, FIIs, TD ou qualquer outro ativo de fato não compensa. O esforço não compensa. Falo com experiência própria.

Tenho visto colegas que nunca fizeram um trade, pois até então eram investidores de longo prazo, entrarem nesta armadilha com intuito de obter ganho fácil.

"Quando você já conhece a resposta, o mercado muda a pergunta."

Compre boas empresas regularmente e com mais apetite nos momentos em que o mercado estiver depressivo como agora.

Aplique em Tesouro Selic sempre que o dinheiro sobrar quando não encontrar nenhuma boa oportunidade na renda variável.

Aplique em Tesouro IPCA nos momentos de economia fraca e altas taxas de juros (aperto da política monetária).

Aplique em Tesouro Prefixado nos momentos em que a economia estiver melhorando e as taxas de juros estiverem caindo (afrouxamento da política monetária).

Se pretende montar uma carteira previdenciária compre bons FIIs regularmente e com mais apetite nos momentos em que o mercado estiver depressivo.

Procure bons investimentos em renda fixa como LCAs, LCIs, debêntures, dentre outros.

Enfim, use seu dinheiro com sabedoria e coloque-o para trabalhar para você. Opções de investimento temos inúmeras, basta traçar um plano e executá-lo com disciplina. E olhe que nem falei de câmbio e ouro pois exigem um timing maior de mercado.


Mas o leitor pode estar se perguntando: por que cargas d'água estou escrevendo isto já que realizado trades praticamente todo dia? A resposta é simples: faço trades com dinheiro que não é meu. Tem dias que movimento mais de 100, 300, 500 mil reais. Mas é dinheiro do mercado e não do meu bolso. Dinheiro meu fica devidamente investido e não girando em trades duvidosos.

Fiz trades com dinheiro próprio durante 3 anos e não saí do lugar. Se tivesse aplicado com sabedoria em bons investimentos o resultado seria outro.

Agora surge uma outra questão: devo vender um ativo se estiver no lucro? Ao desfazer um investimento não estarei indiretamente realizando um trade acidental? Bom, este é outro assunto polêmico, uns chamam de buy & hold ativo, outros de trade de valor, e bla bla bla. Mas isto é tema para outro post.

Abraço e bom fim de semana!

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Classificação de Risco do Brasil - Perda do Grau de Investimento

Como já é de conhecimento da maioria dos leitores, na noite de ontem a agência Standard & Poor's cortou o rating do Brasil de BBB- para BB+, tirando assim o grau de investimento do país. Além disto, definiu a perspectiva de nota como negativa.

Das três grandes agência de avaliação de risco, a S&P é a primeira a retirar o grau de investimento do país como pode ser visto no infográfico abaixo:


Atualmente a Fitch Ratings classifica o Brasil em BBB com perspectiva negativa. Já a Moody's classifica o país em Baa3 com perspectiva estável.

Notas

AAA: Capacidade extremamente forte para honrar seus compromissos financeiros.
AA: Capacidade muito forte para honrar compromissos.
A: Capacidade forte para honrar seus compromissos, mas é mais suscetível a efeitos adversos de mudanças na economia.
BBB: Capacidade adequada para honrar compromissos, mas condições econômicas adversas podem levar a um enfraquecimento na capacidade de pagamento.
BB: Primeiro grau de rating especulativo. Devedor é menos vulnerável no curto prazo do que os devedores com ratings mais baixos. No entanto, enfrenta grandes incertezas no momento e exposição a condições adversas poderiam levá-lo a uma capacidade inadequada para honrar compromissos.
B: Atualmente tem capacidade para honrar seus compromissos financeiros, mas condições adversas de negócios, financeiras ou econômicas provavelmente prejudicariam a capacidade e a disposição de pagamento.
CCC: Atualmente vulnerável e dependente de condições favoráveis para honrar seus compromissos financeiros.
CC: Devedor está atualmente altamente vulnerável.

Fonte 1
Fonte 2

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Investimento Melhor que Poupança - Renda Variável?!

No último post o leitor Juliano Costa fez o seguinte comentário:

"Como assim??? Seu benchmark é a poupança? Putz! Vc tem um baita conhecimento como pode?? mas tbm não vai vender no fundo! Vc tá na m..."


Bom, antes de mais nada, preciso deixar claro que não tenho um "baita conhecimento". Conheço hoje mais do que em 2012 quando comecei comprar ações via corretoras, mais também que em 2010 quando comecei comprar ações via bancos, e mais que 2008 quando comecei investir em fundos de ações da Petro e Vale. Porém, estou pagando hoje o preço dos meus investimentos errados ao longo destes anos, melhorei muito com os estudos fundamentalistas e técnicos, ainda cometo um deslize ou outro, mas nada tão grave que prejudique as rentabilidades das carteiras.

O espanto do leitor veio ao ler um comentário meu de que estou em busca de alcançar a rentabilidade da poupança. Num primeiro momento é de se causar espanto mesmo, mas hoje minha rentabilidade histórica é simplesmente o retrato dos investimentos ruins que fiz no passado, e como estou abaixo da poupança, meu primeiro objetivo logicamente é pelo menos empatar com ela no menor prazo possível.

Dito isto vem a grande questão: vale a pena tanto esforço e estudo para ficar abaixo da poupança meses e meses a fio?! Tenho certeza que todos têm a resposta na ponta da língua, uns dirão que não, outros dirão que sim. Alguém está errado? De forma alguma, cada pessoa tem um horizonte de investimento específico, uma perfil de investidor próprio, dentre outras variáveis e contextos que definirão as melhores opções de investimento.

E como anda a rentabilidade dos colegas investidores da blogosfera?!


Daqueles que estão divulgando a rentabilidade histórica, a maior parte está no campo negativo. Ganhando da poupança dá para contar em uma mão. O período de investimento diverge de um para o outro pois cada um começou contabilizar a rentabilidade em uma data específica. É sabido que a grande parte dos investidores possui grande alocação em renda variável o que explica os resultados ruins em um contexto macro-econômico deteriorado.

Porém não é coerente atribuir a culpa do desempenho ruim ao governo. Grande parte da rentabilidade negativa advém dos nossos próprios erros de análise. Inclusive o governo dá ao investidor altos prêmios de juros na renda fixa. Permite também investimentos sem imposto de renda sobre os lucros (por enquanto). Temos colegas na blogosfera que estão 100% na renda fixa e com isto estão obtendo altas rentabilidades. Cabe então a cada um escolher o melhor investimento para cada cenário que se desenha.

Abraço!