A expectativa cada vez maior de saída da Grécia do euro provocou uma onda de fuga do risco já na noite deste domingo nos mercados. Em meio ao anúncio de feriado bancário na Grécia para esta segunda-feira, às 21h30 do Brasil, o euro recuava 1,4% diante do dólar nos mercados asiáticos. O petróleo caía 1,5% e os contratos futuros índice Standard & Poor’s 500 recuavam também 1,5%. Em Tóquio, o Índice Nikkey perdia mais de 2% . Ao mesmo tempo, o ouro subia 1%, uma indicação de maior procura por proteção. Nem mesmo a decisão do Banco Popular da China, de reduzir os juros de 5% para 4,85% ao ano animou os mercados.
O impacto sobre os mercados financeiros será intenso, começando na Europa, atingindo os países mais frágeis, como Portugal, Irlanda, Espanha e Itália. A expectativa é de que o BCE aumente a liquidez para os bancos da região para além dos US$ 60 bilhões por mês de recompra de títulos já garantidos. Por isso, analistas dizem que é importante ficar de olho no que o BCE vai fazer nos próximos dias para evitar o contágio da crise grega.
A turbulência deve se espalhar para outros países, como Estados Unidos, chegando também aos emergentes, incluindo o Brasil, e deve se acalmar apenas à medida que o BCE e os países da Europa demonstrarem o compromisso de defender o euro de possíveis contágios provocados pela inadimplência da Grécia e até sua saída do euro. As autoridades europeias se esforçam em demonstrar tranquilidade e afirmam que o impacto da saída grega não será tão dramática como há alguns anos, já que houve um tempo para preparar a região e os bancos para um calote da Grécia. Mas nem todos os investidores vão pagar para ver e muitos vão preferir se desfazer dos ativos da região até que a situação se defina. Até lá, os mercados vão ficar instáveis e o risco para o pequeno investidor, elevado.
Fonte: Pavini
