segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Megafazendas

Fiz este post em 2014 mas acabei de atualizá-lo no site Abacus Liquid com dados atualizados. Acessem.

O Agronegócio no Brasil tem uma expressiva participação na economia do país e representou aproximadamente 22,15% do PIB em 2012. Nos últimos 20 anos, a área plantada com grãos cresceu 37% e produção, mais de 176%. Atualmente o país ocupa notável posição mundial na produção agroindustrial.

- 1º produtor mundial de café, açúcar e laranja.
- 1º exportador mundial de carne bovina e de aves.
- 1º produtor de cana e açúcar e líder na exportação de açúcar e etanol.
- 2º produtor mundial de soja.

O Brasil é um país com vocação natural para o agronegócio devido às suas características e diversidades. Com seus 8,5 milhões de km o Brasil é o país mais extenso da América do Sul e o quinto do mundo com potencial de expansão de sua capacidade agrícola sem necessidade de agredir o meio ambiente.

O aumento da população e a consequente demanda por alimentos são fatores que contribuem para que o Brasil se consolide como líder mundial no agronegócio e seja conhecido como “celeiro do mundo”.

Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam perspectivas positivas para o setor nos próximos dez anos. Além da ampliação das lavouras e do crescimento da produção de grãos, é destaque o aumento da produção de carnes – bovina, suína e aves.

Segundo o relatório Projeções do Agronegócio - Brasil 2012/23 a 2022/23, o setor deverá crescer 35% no período. De acordo com o estudo, o responsável pela expansão será o crescimento do consumo, sobretudo interno.


Pelas previsões, em relação aos números deste ano, mais 9,3 milhões de toneladas de carnes serão produzidas no país em dez anos, com o total passando de 26,5 milhões de toneladas para 35,8 milhões de toneladas. Quanto ao consumo de carnes, o relatório projeta aumento de 3,6% ao ano, no período 2013-2023.

As carnes fazem parte de uma cesta mais diversificada, que começa a se formar com o aumento de renda das populações, tanto da população mundial quanto da população local. O produto está diretamente relacionado ao aumento da renda.

O relatório vê possibilidade de crescimento nos demais setores do agronegócio: a produção de grãos deverá passar de 184,2 milhões de toneladas em 2012/13 para 222,3 milhões em 2023, com potencial de produção que pode chegar a 274,8 milhões de toneladas. Isso significa um acréscimo à oferta entre 20,7% e 49,2% na próxima década.

 
A área plantada de grãos deverá expandir-se entre 8,2% e 30,3%, passando de 53 milhões de hectares em 2013 para 57,3 milhões de hectares em 2023. De acordo com o relatório, no limite extremo, a área plantada iria para 69 milhões de hectares. Já a área total plantada com lavouras deverá passar de 67 milhões de hectares em 2013 para 75,5 milhões em 2023. A expansão está concentrada no crescimento da soja, 6,71 milhões de hectares, e de cana-de-açúcar, 2,2 milhões. O milho também deve ter expansão de área de por volta de 1 milhão de hectare.

Megafazendas


Um novo conceito no agronegócio nacional e mundial está sendo cada vez mais estudado e explorado, são as chamadas 'Megafazendas', ou seja, grupos empresariais formados por fundos, investidores ou grandes produtores com metas ambiciosas de exploração de terras para a agricultura.
  
Estes grupos geralmente tem ações negociadas em Bolsa, controle difuso, gestão profissionalizada e planejamento estratégico. Por oferecer mais garantias aos credores, possui também acesso maior a recursos financeiros do que as fazendas tradicionais, permitindo-a investir em estudos hidrológicos, de análise de solo e no desenvolvimento de pessoas.

O maior benefício, porém, é o da escala pois, para formar uma boa margem, é preciso comprar bem os insumos e vender bem a commodity. Em outras palavras, com maior poder de barganha se faz melhor as duas coisas.

A onda de investimentos ganhou força a partir de 2000, com a alta das commodities, principalmente na nova fronteira agrícola brasileira, área conhecida como Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), onde o plantio de soja cresceu mais de 100% na última década.

Além do lucro na operação, as empresas ganham com a valorização da terra. Segundo a Informa Economics FNP, o preço da terra de alta produtividade em Uruçuí (PI), uma das principais áreas do Mapitoba, subiu 256% de 2003 a 2013.

Por serem maiores, as novas empresas do agronegócio conseguem negociar melhor o valor do aluguel das terras, além de obter a preferência dos proprietários por apresentarem menor risco.

Análise 


No quadro abaixo listo os três principais grupos que possuem ações negociadas na bolsa. Ao se analisar os múltiplos vemos que o grupo SLC Agrícola se destaca entre os três. A BrasilAgro também apresenta bons números considerando que a empresa está em pleno processo de estruturação e crescimento. Já a Vanguarda Agro é um grupo que, apesar dos números negativos, deve ser colocado no holofote nos próximos anos.


Este mês realizei um pequeno aporte na AGRO3 e devo manter aportes mensais fixos neste grupo nos próximos meses. Além das perspectivas de crescimento considero que o preço do papel está bem descontado e inclusive abaixo do valor patrimonial da empresa. Pretendo também realizar 3 compras com valores mais elevados no papel SLCE3 na carteira de crescimento, no momento só aguardando uma diminuição no preço dos papéis que subiram muito nos últimos meses.

Fontes: http://www.ecoagro.agr.br http://exame.abril.com.br/economia/noticias/agronegocio-no-brasil-crescera-35-em-10-anos-diz-relatorio?page=1 http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1352463-megafazendas-lideram-crescimento-no-cerrado.shtml

20 comentários:

  1. AgroInvestidor

    Caro UB, sou leitor do seu blog e "apreciador" do tema do post, eu não apostaria na Vanguarda (minha humilde opinião) por ter conhecimento na sua gestão e composição societária franco-brasileira.

    SLCE3 excelente empresa (comprovada in loco)....vou ficar mais atento a ela.

    AGRO3 vou me informar melhor.

    Colocaria em seu radar KEPL3, em virtude da modernização dos silos federais e ampliação da capacidade de armazenamento dos produtores rurais (um dos gargalos do agronegócio) através de linhas de crédito e como meta e plano do governo federal (veja propaganda de BB e CEF direto na tv)

    http://www.suinoculturaindustrial.com.br/noticia/editais-para-reforma-e-construcao-de-armazens-serao-lancados-na-proxima-semana/20131003140910_T_314)

    Depois dessa licitação federal, é partir para descobrir qtos a KEPL3 venceu.

    Querem evitar isso aqui http://revistadinheirorural.terra.com.br/secao/agroeconomia/seca-nervosa

    Grande abraço

    Agroinvestidor

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    1. Olá A.I.
      Eu realmente não estou apostando na VAGR3 face aos seus números atuais, mas é uma empresa a ser monitorada nos próximos anos. A KEPL3 é uma que não apresentava bons números, mas que deu uma arrancada espetacular nos últimos meses. Ela até estava no meu ranking de ações mas acabei trocando-a pela SLCE3, de qualquer forma é uma empresa que estou atento, obrigado pelo toque, talvez até retorne com ela para o ranking.
      Este problema de silos no Brasil pode se tornar ainda mais crítico nas próximas safras, o governos terá que agir mais rápido, e a iniciativa privada pode pegar carona nisto.
      Volte sempre, você tem blog?

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    2. Caro UB,
      Vamos monitorando e acompanhando.
      Não possuo blog
      Abs
      AgroInvestidor

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    3. Podia criar um em Agro? Acho que tem muito a acrescentar à comunidade...

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    5. Caro UB,
      Estive pensado sobre criar um blog, mas vamos analisar melhor.
      Segue um link interessante sobre projeções para o agronegócio brasileiro, que pode auxiliar seus estudos futuros.
      Abs
      http://apps.fiesp.net/fiesp/newsletter/SCN-Comunicados/8908/newsletter.htm

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  2. cuidado com o MAPITOBA, que voce pode levar só no TOBA... :-)

    abraço!

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  3. Na minha opinião, este é o 2º pior setor para se investir. Muito instável e pouco histórico de sucesso na bolsa.
    Abraços

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    1. Olá AdP, prazer em vê-lo por aqui...
      Fiquei curioso, qual seria o primeiro pior e o terceiro pior?
      Bom, pode ser sim um dos piores, mas por exemplo, o setor siderúrgico já foi um dos melhores, o de commodities minerais também, não vivemos um mercado cíclico? Será que deveremos ignorar as projeções em vista do passado? É saudável fechar os olhos? Mas por outro lado entendo sua posição, seguir a tendência, não trocar o certo pelo duvidoso, mas eu tenho o perfil arrojado, então prefiro ter em carteira "também" setores que não são a coqueluche do momento, costumo fugir do lugar comum BBAS-ETER-CCRO-VALE-CIEL.

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    2. Considero o pior o setor de aviação. Mas é questão pessoal mesmo.
      Você está certo, não devemos fechar os olhos, mas commodities e siderurgia são cíclicos. Em determinado momento estão bons e em outro estão ruins. Já setor agro trabalha com margens minúsculas, isso quando em condições boas. O setor lida também com instabilidade climática e vez ou outra tem embargos.
      Mas você está estudando bastante o setor e estas empresas, está em melhor condições de avaliação. Tudo o que eu disse são apenas opiniões.

      Abraços

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    3. Realmente o setor de aviação é o pior, rs. Deste aí eu passo longe.
      Acredito que estes movimentos de super-safras irão continuar, e estes novos grupos citados no post têm tudo para se dar bem, por enquanto é só uma aposta, mas uma aposta fundamentada nos últimos números e nas projeções citadas.
      O fator climático realmente é um risco intrínseco, mas se não estivesse disposto a corres riscos não estaria investindo em ações. Faz parte.

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    4. Comparação não muito adequada com o setor siderúrgico, como colocado pelo ADP. Sobre o tal "lugar comum", vc precisa decidir se quer uma carteira boa ou uma carteira diferente. Se vc é como o Mobral, que não gosta de blue chip, há muitas small caps boas na bolsa, só que nem todas descontadas como vc deseja. Já investir em turnaround, estou fora... acho complicadíssimo.

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    5. Posso ter as duas carteiras, a 'carteira boa' e a 'diferente', uma não exclui a outra. quem disse quem ão gosto de blue chip? gosto também, mas cada uma tem seu momento.

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    6. É verdade, caro Uó, nada impede de reservar uma parte do capital para ativos mais arriscados, desde que a análise seja muito criteriosa. Se me permite, seu texto é ótimo, mas não passam de dados públicos, algo que qualquer pessoa minimamente bem informada já sabe. São apenas notícias. Para acertar um turnaround, o investidor tem que conhecer a empresa e o negócio muito a fundo, detalhes do plano de negócios mesmo, quase como se fosse um funcionário ou diretor. Eu, por exemplo, não tenho tempo para esse tipo de estratégia, por isso sou mais conservador.

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    7. Sim, são publicos, por isto coloquei as fontes para os interessados irem mais fundo. Em relação aos aportes, serão da ordem de 500 reais mensais, vou agora começar fazer b&h à moda bastter na agro-3. Como o capital é pequeno então sinto-me confortável mesmo sem este estudo todo.

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    8. Só salientando que ela não tem lucros consistentes, então não é à moda Bastter... rs

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    9. Troll, cadê suas atualizações e suas mentiradas sobre GPs?

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