segunda-feira, 23 de maio de 2016

San Pedro Valley: O Vale do Silício de Belo Horizonte

O nome San Pedro Valley surgiu como uma brincadeira e hoje é referência para empresas de base tecnológica de Belo Horizonte. A comunidade surgiu em 2011, durante encontros informais dos empreendedores das startups Beved, Deskmetrics, Everwrite e Hotmart.

O apelido tem sua origem numa brincadeira dos empresários Bernardo Porto, fundador da Deskmetrics, empresa de análise de tráfego online, e Edmar Ferreira, sócio da Rock Content, que desenvolve conteúdo para marketing em meios digitais.

Como volta e meia esbarravam com outros sócios de startups num sacolão da rua Major Lopes, do bairro São Pedro, e em outros estabelecimentos da região, um deles comentou que o local estava parecendo o Silicon Valley. "Aqui é o San Pedro Valley", respondeu o outro.


Hoje o ecossistema conta com mais de 300 empreendedores de startups da Região Metropolitana de Belo Horizonte de diversos setores, além de espaços de coworking, aceleradoras, investidores e interessados.

Mais do que apenas espalhar a ideia, os participantes da comunidade querem auxiliar uns aos outros por meio do compartilhamento do conhecimento. O objetivo é reunir as startups de Belo Horizonte para juntos identificar oportunidades, necessidades e incentivos para este mercado, além de divulgar vagas e notícias.

Qualquer empreendedor pode participar, inclusive os que têm sua sede bem longe das esquinas do São Pedro. Não há um chefe, o San Pedro Valley é anárquico nesse sentido. O único requisito é se encaixar no perfil de uma startup.

Resumidamente, é necessário ser uma empresa tecnológica, com modelo de negócio escalável, que trabalha em um ambiente de extrema incerteza e tem elementos de inovação.  .

Google

Minas Gerais entrou no radar dos investidores de tecnologia quando, em 2005, o Google comprou a Akwan, startup que desenvolvia sistemas de busca, fundada por professores do DCC (Departamento de Ciência da Computação) da Universidade Federal de Minas Gerais.

Mais do que comprar uma empresa brasileira, os donos do grande buscador estavam transformando suas instalações num centro de desenvolvimento. Hoje, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Google na América Latina que até recentemente gerenciava o Orkut, criou o banco de dados do Google Maps no continente e coordenou as áreas de buscas e anúncios para a região.

Sergey Brin e Larry Page (à esquerda), fundadores do Google, em visita à UFMG em 2006 para conhecer a Akwan  

Desde então, o cenário tecnológico vem mudando bastante na região. Só Belo Horizonte abriga hoje mais de 300 startups. A tendência é que esse número aumente exponencialmente nos próximos anos, principalmente no bairro São Pedro e arredores, que vem concentrando os jovens empreendedores por seus preços razoáveis de aluguel de escritórios.

Empregos

Enquanto o mercado de trabalho vai de mal a pior, diante do aprofundamento da recessão econômica, as startups brasileiras multiplicam o quadro de funcionários, aumentam o número de clientes e atraem o interesse de investidores no atual cenário econômico. Empresas da comunidade do San Pedro Valley pretendem contratar mais de 220 pessoas até o fim do ano. Além disso, o número de aportes financeiros vêm impulsionando cada vez mais o desempenho de iniciantes promissoras – em 2015 os anjos investiram R$ 784 milhões em startups brasileiras, 14% a mais do que no ano anterior.

Programas de aceleração públicos, aumento do interesse de grandes investidores em relação a negócios inovadores e a tendência de grandes companhias, como Coca-Cola, Itaú e Bradesco, de se aproximar das startups com planos de incentivo mostram o aquecimento da área. Guilherme Junqueira, fundador da Gama Academy, escola que seleciona e capacita talentos para trabalhar em startups, reforça que existem mais de 200 vagas em aberto no ecossistema de Belo Horizonte. “É um mercado que cresce cerca de 30% ao ano, na contramão da crise”, disse.


A Sympla, plataforma para venda e gestão de ingressos e inscrições para eventos, está com 21 vagas abertas na capital mineira. Outra startup em crescimento é a Rock Content, especializada em marketing de conteúdo. “Nossa expectativa é contratar mais de 80 funcionários e fechar o ano com 2 mil clientes. Para o ano que vem, pretendemos expandir para outros países da América Latina”, afirma Edmar Ferreira, CEO da Rock Content. A Sympla ainda tem vagas abertas para as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo e vai expandir mais três capitais ainda em 2016.“A nossa meta é duplicar a equipe este ano, mantendo um time ‘A’", afirma o cofundador e CEO Rodrigo Cartacho (foto).

Podcasts

Raiam Santos, empreendedor que recentemente mudou-se do Rio para BH e começou a fazer parte da comunidade de startups mineiras, postou no seu canal de Youtube duas entrevistas interessantes com William Rufino e Guilherme Petersen, dois dos expoentes da cena de startups de BH. Vale a pena dar um conferida.



Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Fonte 4

16 comentários:

  1. Ei Uo

    Bacana, não conhecia isso.

    Tenho uma dúvida bem básica : qual o conceito de startup que mais se aceita hoje em dia?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sou de BH e tb nunca tinha ouvido falar nisso. Nem sabia que BH tinha tanta "tradição" em TI assim. Mesmo na UFMG, quando estudei um tempo no ICEX, ninguém comentava sobre isso.

      Excluir
    2. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    3. S. Guarda, qual conceito mais se aceita não sei lhe dizer, mas na minha forma de ver, qualquer empresa que está começando e cujos membros possuem uma ideia ou produto inovador pode ser considerada uma startup. Vingam aquelas que conseguem atrair um grande investidor para impulsionar a ideia/produto inicial. Nos E.U.A isto ocorre frequentemente, investidores que apostam nas empresas antes mesmo das mesmas gerarem receita. Mas aqui no Brasil é difícil, os investidores se interessam por aquelas cujo produto já está mostrando na real ($$$) que tem potencial.

      Excluir
    4. Pois é anom, Minas não é só minério, rs.

      Excluir
  2. Esse Raiam aí é um marketeiro - só faz post para vender produtos de afiliados.
    De 10 post apenas 1 é interessante. O resto é venda de produtos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também concordo, vende oq nao vive inclusive!

      Excluir
  3. Então tá explicada a origem da sua grana Uó! Vendeu sua startup pra Google hein!!! Aí sim!!! Hehehehehe

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. haha, minha empresa ainda é minha, mas podemos negociar, rs

      Excluir
  4. Uorrem pelos meus cálculos vc está com um patrimônio de uns 530 K

    Confere?

    ResponderExcluir
  5. Uo,

    É realmente interessante essa história de BH... essa revolução ai de marketing digital .. acho que eu nao tenho dinamismo .. pra isso ... mas realmente .. borbulham oportunidades ...

    ResponderExcluir
  6. Uo,

    Muito legal a postagem!
    Eu tinha visto isso no blog do Raiam!
    Fiquei refletindo bastante sobre as oportunidades locais.
    Será que existem FIIs de escritórios naquela área?
    Dei uma pesquisada, mas não encontrei nenhum, haha.

    Valeu Uo,
    Bons ganhos e um grande abraçoo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este setor de FII aqui no Brasil ainda precisa evoluir muito. Que eu saiba não tem não.
      Grande abraço!

      Excluir