sexta-feira, 24 de junho de 2016

Brexit: O Impacto no Mercado Brasileiro Após a Votação


Por 1,2 milhão de votos de diferença, o Reino Unido votou por sair da União Europeia. Os resultados oficiais, divulgados às 3 da manhã (horário de Brasília, mostram que 51,9% dos eleitores britânicos que foram às urnas nesta quinta-feira (23) defendem que o país deixe a União Europeia, no processo apelidado de Brexit - fusão das palavras inglesas “exit” (saída) e “British” (britânica) -, ao passo que 48,1% votaram pela permanência.

A consulta popular registrou índice histórico de comparecimento - 72,2% do eleitorado - e recorde de 46,5 milhões de eleitores registrados. Por volta das 4 horas (hora de Brasília), o premiê conservador, David Cameron, principal fiador do voto pró-UE, anunciou que vai renunciar ao cargo. O premiê tentou acalmar o mercado financeiro e também os 3 milhões de imigrantes europeus que vivem no Reino Unido, garantindo que não haverá mudanças imediatas.

Foi uma surpresa para o mundo todo. Uma pesquisa divulgada logo após o fim da votação, às 22 horas no horário britânico (18 horas, horário de Brasília), feita pela YouGov, aferia o resultado como 52% dos votos pela permanência e 48% pela saída. A última pesquisa feita antes da votação e publicada na quarta-feira (22) também apontava para uma ligeira vantagem para os defensores do lado chamado de Bremain - british, de britânico, remain, de permanência.

O resultado abalou o mercado financeiro e causou incredulidade no mundo todo. No início da madrugada, manhã na Ásia, a libra chegava ao menor valor em relação ao dólar em 31 anos. A cotação estava em US$ 1,32, queda de 11% em relação ao fechamento de quinta-feira (23). Na Ásia, as Bolsas despencavam em Tóquio (-7,22%), Hong Kong (-4,67%) e Seul (-4,09%). Aqui no Brasil o índice Bovespa apresenta queda de -3% nesta manhã. O índice futuro abriu com gap de baixa de -5% mas amenizou a queda subindo mais de 1.000 pontos nas duas primeiras horas de negociação.


A maior parte dos ativos que tenho em carteira está no campo negativo nesta manhã. A maior queda é da VALE5 com -4,7% e a maior alta é PINE4 com 1,99%. No mês, a maior queda é da CTXA3 com -39% e a maior alta é a ESTC3 com 43%.


Para entender mais do assunto tratado neste post sugiro assistir ao vídeo do colega Viver de Dividendos publicado nesta manhã.

Bons investimentos!

Fonte

sábado, 18 de junho de 2016

O Pequeno Príncipe e Outras Obras de Domínio Público para Baixar


No ano passado "O Pequeno Príncipe" se tornou uma obra de domínio público. Anualmente, em primeiro de janeiro, o mundo comemora o dia do domínio público. A data é importante porque marca o momento em que obras, antes protegidas por direitos autorais, podem ser usadas independentemente de autorização ou pagamento.

Na prática, o que isso significa? O que pode ser feito com músicas, livros, filmes e pinturas que ingressam em domínio público? Com o término dos direitos econômicos, qualquer pessoa fica livre para usar a obra original, inclusive com fins lucrativos e para modificar a obra original, fazendo adaptação, tradução, remix, de modo quase ilimitado, também com fins lucrativos, se assim desejar.


É importante observar que o nome do autor da obra que entra em domínio público precisa sempre ser mencionado, mesmo que tenha havido grande modificação em seu trabalho. Por isso, se você decidir adaptar um livro de Shakespeare ou de Machado de Assis para qualquer mídia ou formato, pode fazer sem medo, mas precisa informar o nome do autor da original que você está adaptando.

Cada país precisa decidir como contar o prazo de proteção. Em razão de tratados internacionais, o prazo mínimo geral é de 50 anos a partir da morte do autor. O Brasil adotou o prazo de vida do autor mais 70 anos para todas as modalidades, menos fotografias e obras audiovisuais, cujo prazo de proteção também é de 70 anos, mas contados da divulgação da obra (ou seja, fotos e filmes divulgados até 1944 também entraram em domínio público no Brasil em 2015).

Na Colômbia, que prevê proteção por 80 anos após a morte do autor, a obra pode entrar em domínio público só em 2025, dependendo da regra aplicável a obras estrangeiras. A mesma lógica se aplica à Costa do Marfim (prazo de 99 anos depois que o autor morre) e ao México (vida do autor e mais 100 longuíssimos anos).

Na França, contudo, existem prazos de prorrogação de direitos de autor por conta das guerras mundiais do século XX. Como as obras intelectuais não puderam circular adequadamente nos períodos de conflito, o legislador decidiu aumentar o prazo de proteção em 6 anos e 152 dias para compensar os danos da Primeira Guerra Mundial e em 8 anos e 120 dias para os da Segunda. Além disso, foram conferidos 30 anos extras para o caso de o autor ter morrido em combate. Por isso, caberá ao intérprete da lei francesa definir qual regra incide no caso. Não será a primeira vez que a corte da França precisará analisar a questão. Por conta das prorrogações de guerra, nos anos 1990 o poder judiciário francês teve que decidir se os quadros de Monet ainda estavam protegidos. De toda forma, como as prorrogações valem apenas na França, não devem causar qualquer impacto no Brasil.

Aqui no Brasil temos o "Portal Domínio Público" que disponibiliza um acervo de inúmeras obras já em domínio público. Neste link você poderá consultar e baixar as obras já cadastradas.

Meu Pequeno Príncipe

Nesta semana o Uozinho completou dois anos de vida. Dois anos de alegrias e descobertas. Dois anos que me fizeram ver e sentir qual é a maior riqueza da vida. Na foto abaixo ele ainda estava com seis meses de vida, hoje ele está bem  maior e mais falante, rs.


Um bom final de semana a todos!

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segunda-feira, 13 de junho de 2016

IBOV - IBOVESPA - Índice Bovespa: Metodologia, Definições e Procedimentos

Veja o novo post neste link.

 O IBOV fechou na última sexta (11/06/2016) em 49.422 pontos. Mas o que significa isto? Esta foi uma pergunta realizada dias atrás por um leitor aqui do blog que tentarei responder neste post. A título de ilustração, começarei o artigo com quatro gráficos históricos do nosso índice. Abaixo temos o gráfico do IBOV plotado a partir de 1995. Ilustrei no gráfico as seis últimas graves crises que tivemos neste período só para contextualizar as grandes variações de queda.


É interessante observar também os volumes de negociação apresentados no gráfico acima. Notamos um significativo aumento de 2006 para frente. Estes volumes diminuiriam um pouco após a crise de 2008. Mas depois de 2010 voltaram a se intensificar. A partir daí estamos vivendo intensa especulação, o vendedores dominaram o mercado nos últimos anos com grande volume de negócios. São basicamente fluxos de investidores estrangeiros (instituições financeiras na sua maioria).

Desde as crise de 2008 a pessoa física diminui na bolsa, e no país da renda fixa o mercado de ações só irá deslanchar quando os juros diminuírem a partir de uma percepção de risco-país melhor. Enquanto os juros estiverem atrativos o investidor vai preferir investir na renda fixa em detrimento do mercado de ações, é o que ocorre de forma inversa no mercado americano por exemplo.

sábado, 11 de junho de 2016

Um Olhar Através dos Séculos: Religião e Tecnologia

Até o século 19 as pessoas rezavam antes de sair de casa. Era uma forma de se sentirem seguras fora da segurança do lar. No século 20 os jornais assumiram o lugar dos livros santos. Era fundamental conhecer as recentes notícias logo pela manhã. Lia-se na mesa do café ou no percurso até o local de trabalho...

Registro fotográfico do metrô de Nova York em 1946 pelo jovem Stanley Kubrick (Fonte)

Agora no século 21 as pessoas não rezam mais e também não leem jornais como antigamente. A janela para o mundo está em um aparelho conhecido como celular. Costumes mudam de século para século ou até de década para década. Estamos cada vez mais conectados porém cada vez mais isolados.

Registro fotográfico do metrô de Pequim em 2012 por fotógrafo desconhecido (Fonte)

Pesquisando mais a fundo na internet sobre a transformação destes hábitos ao longo dos séculos no intuito de corroborar a minha tese de que as pessoas estão cada vez menos religiosas e cada vez mais "digitalizadas" acabo concluindo que uma coisa não exclui a outra. As pessoas agora rezam por aplicativo, é o sinal dos tempos... ou do fim dos tempos...


Bom fds!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

O Dólar Cairá Mais?

"O mercado é basicamente uma transferência de valor dos mais aflitos para os mais pacientes." W.B.

No pregão de ontem o dólar fechou no menor valor frente ao real dos últimos 12 meses. A moeda já vem caindo há alguns dias mas o aumento da percepção de que o Banco Central tolerá uma taxa de câmbio mais apreciada fez os vendedores atuarem com apetite no dia de ontem. No fechamento, o dólar comercial caiu 2,31% chegando a R$ 3,3691, o menor valor desde Julho de 2015. Já no mercado futuro o papel fechou em R$ 3,3905.


Analista disseram que ontem se formou uma "pequena tempestade perfeita" em torno da moeda. O dólar teve uma sessão de perdas em todo o mundo pressionado pelo esfriamento das expectativas sobre altas de juros nos E.U.A. Isto impulsionou commodities, bolsas de valores e bônus de países emergentes, reduzindo prêmios de risco e amparando o cenário de fluxo para mercados em desenvolvimento como o Brasil.

O Real se destacou ainda mais que seus pares após o mercado avaliar que o Banco Central poderá ser menos ativo no câmbio. O câmbio teria então espaço para responder mais aos elementos externos. A percepção de que o Banco Central deixará o câmbio "correr mais solto" veio das declarações do indicado à presidência Ilan Goldfajn.

Goldfajn defendeu esforços para restabelecer no país o "tripé macroeconômico" formado por responsabilidade fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante.

"Considero haver praticamente consenso de que é preciso reconstruir o quanto antes o tripé macroeconômico formado por responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante, que permitiu ao Brasil ascender econômica e socialmente em passado não muito distante. O preço do dólar não será conduzido. Será flutuante. Cambio flutuante é e continuará de extrema ajuda. Ter uma taxa de câmbio flutuante faz com que consiga equilibrar internamente e externamente a economia brasileira."

Até então muitos analistas no mercado via um piso nos R$ 3,50 e as declarações do Ilan contrariaram essa tese, Há sim espaço para o dólar recuar ainda mais, mas ninguém neste momento arrisca uma aposta.

Se do ponto de vista fundamentalista ninguém consegue estimar um piso para a moeda no cenário atual, vamos então recorrer à análise gráfica para tentar achar pontos de possível suporte.

No gráfico do dólar futuro mostrado acima, o próximo suporte de preços está na região dos R$ 3,29. Porém arrisco a dizer que a queda tem força para alcançar os R$ 3,2 como possível ponto de retorno. Acho pouco provável que a moeda venha abaixo de R$ 3 reais, mas se acontecer, o ponto de retorno estaria em torno de R$ 2,9.


Como já havia anunciado anteriormente, em R$ 3,2 sou comprador da moeda. Assim falou Zaratustra.

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